Vida e Obras de Raul Pompeia
Raul Pompéia
foi um escritor brasileiro pertencente ao movimento realista. Em sua trajetória
de vida, ele foi jornalista, contista, cronista, romancista e orador.
Sua obra mais relevante e uma das mais importantes do
realismo é “O Ateneu”, publicada em 1888.
Raul Pompéia foi um dos maiores representantes do realismo
no Brasil, ao lado de Machado de Assis e Aluísio de Azevedo.
Raul d'Ávila Pompéia
nasceu em Angra dos Reis (RJ) dia 12 de abril de 1863. Viveu em sua cidade
natal até os 10 anos, quando sua família decide se mudar para a capital.
Nasceu no seio de uma família que apresentava boas condições
financeiras. Seu pai, Antônio D'Ávila Pompéia, era advogado.
Quando chegou no Rio de janeiro foi matriculado num rígido
colégio interno, chamado “Colégio Abílio”. Desde cedo sua inclinação para a
literatura foi notória.
Já no colégio, escrevia para o jornal que circulava
internamente: “O Archote”. No entanto, seus comentários críticos o levaram a
ser transferido para outra instituição. Ingressou, portanto, no famoso Colégio
Imperial Dom Pedro II.
Ali, desenvolveu ainda mais seus dotes para as artes e
publicou seu primeiro romance em 1880, intitulado “Uma Tragédia no Amazonas”.
Mais tarde, mudou-se para São Paulo para cursar Direito na
Faculdade do Largo de São Francisco.
Nessa altura, atuou nos movimentos abolicionistas e
republicanos. Em 1882, publica a obra com forte tendência antimonarquista: “Joias
da Coroa”.
Acaba por terminar seu curso de Direito no Recife, mas nunca
exerceu a profissão. Quando retorna de Recife, foi ser jornalista.
Escreveu diversas críticas, crônicas, contos e folhetins.
Além disso, foi professor de Mitologia na Escola Nacional de Belas Artes; e
ainda foi nomeado Diretor da Biblioteca Nacional, em 1894.
Mas foi afastado do cargo por ser acusado de protestar
durante o enterro de Floriano Peixoto. O protesto era contra o presidente da
República, que na época era Prudente de Moraes.
Seu temperamento crítico gerou polêmicas e diversos problemas em sua vida
pessoal. Sendo assim, alguns de seus amigos se afastaram dele.Merece destaque a polêmica que sucedeu entre ele e o poeta parnasiano Olavo Bilac.
Isso porque Pompéia publicou uma charge intitulada “O Brasil crucificado entre dois ladrões” (em referência a Portugal e a Inglaterra) a qual desagradou muita gente, inclusive Bilac.
Como resposta, o escritor parnasiano publicou um artigo no jornal atacando a posição de Raul.
Vítima de depressão, cometeu o suicídio no Rio de Janeiro em
25 de dezembro de 1895. Faleceu aos 32 anos de idade, com um tiro no coração.
Curiosidade
O nome original do escritor é: Raul d'Avila Pompéa. Mas de
acordo com os acordos ortográficos (de 1943 e 1990) foram feitas as devidas
alterações.
Saiba tudo sobre o movimento realista com a leitura dos
artigos:
Realismo no Brasil
Realismo em Portugal
Realismo e Naturalismo
Teatro Realista
Autores do Realismo Brasileiro
Características do Realismo.
Obras
Dentre suas principais obras, destacam-se:
Uma Tragédia no Amazonas (1880)
A Queda do Governo (1880)
Microscópicos (1881)
Canções sem Metro (1881)
As Joias da Coroa (1882)
O Ateneu (1888)
Características das Obras
As principais características das obras de Raul Pompeia são:
Vocabulário rico
Linguagem objetiva e impessoal
Narrativas longas e detalhadas
Muitas descrições objetivas
Traços psicológicos das personagens
O Ateneu
O Ateneu é a obra mais emblemática de Raul Pompéia. Ela foi
publicada em 1888 na Gazeta de notícias em forma de folhetins.
Trata-se de um romance autobiográfico narrado em primeira
pessoa. O subtítulo da obra é “Crônica de Saudades”.
Para escrever essa obra, o escritor se inspirou nos anos que
esteve matriculado no colégio interno. O romance relata a história de Sérgio
durante os anos que esteve no internato chamado Ateneu.
Quer saber mais? Leia também:
A Linguagem do Realismo
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O Navio Negreiro de Castro Alves
O Ateneu (1888), Raul Pompeia
É o precursor da autoficção, um romance carregadamente
autobiográfico, centrado nas desilusões do menino Sérgio em um colégio que era
tido como o melhor o país. Ele descobre a falsidade e os comportamentos
sórdidos de um mundo onde não há lugar para o amor e a amizade. Escrito com um
cuidado de poeta parnasiano, este é o romance brasileiro em que a linguagem
literária chegou ao seu ápice.
Fonte:
Por: Daniela Diana Professora licenciada em Letras
https://www.todamateria.com.br/raul-pompeia/
“Nunca percebi tanto
a espiritualidade imponderável da alma:
o vácuo habitava-me dentro”.
o vácuo habitava-me dentro”.
“A opinião é um adversário infernal que conta
com a cumplicidade, enfim, da própria vítima”.
Raul Pompéia
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