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terça-feira, 22 de agosto de 2017

Arte Islâmica – Conceito, História e Características CONCEITO

Queridos alunos de Artes, saiba um pouco mais sobre a Arte Islâmica.

Arte Islâmica – Conceito, História e Características

CONCEITO

  A ideia de infinito e a tendência à imaterialidade, reflexos da crença na eternidade, do desprezo pela vida terrena e da vontade de superar os limites do mundo real, nortearam a arte que se desenvolveu em todos os territórios conquistados pelo Islam.  
A arte islâmica abrange a literatura, a música, a dança, o teatro e as artes visuais de uma vasta população do Oriente Médio que adotou o islamismo a partir do século VII, em sentido estrito, a arte dos povos islâmicos inclui apenas as manifestações diretamente surgidas da prática religiosa, é comum, no entanto, que o termo abarque todos os gêneros da arte produzida pelos povos muçulmanos, associada ou não à religião.  

A arte islâmica abrange a literatura, dança, música, teatro e artes visuais da população do Oriente Médio que adotou o islamismo a partir do século VII.
Ela não significa somente uma manifestação que tem por objetivo render culto a fé, pois apresenta grandes características artísticas de um povo que dominou uma grande parte do mundo durante muito tempo.

HISTÓRIA

Maomé deu origem ao Islamismo, religião monoteísta, depois de uma suposta revelação divina. Foi a partir do século VII que esta religião espalhou-se pela Arábia e por diversos paises da Europa e Ásia.
Seu crescimento é considerado uma dos mais rápidos progressos já registrados na História. Sua base vem das heranças mediterrâneas gregas e romanas mescladas com outros povos.


CARACTERÍSTICAS

Apesar dos muçulmanos terem se inspirado em vários traços artísticos dos povos conquistados, eles conseguiram adaptar seu modo de pensar e agir, conseguindo transmitir sua própria identidade em uma arte rica e variada.
A produção artística islâmica é marcada de idéias religiosas, imateriais (usando conceitos de eternidade e infinito) e concepções do Profeta.
Suas artes visuais constituem-se de elementos geométricos e arabescos que geralmente não possuem expressões figurativas. Mesmo assim encontramos expressões com imagens de animais e humanos.
Na arquitetura, os muçulmanos se expressavam através da construção de mesquitas, escolas religiosas, conhecidas como madrasas, locais de retiros espirituais e túmulos.
Já na pintura islâmica destacam-se afrescos e miniaturas. Muito pouco desta arte existe ate hoje, pois eram empregadas em paredes de palácios ou edifícios públicos.
Dentro da cultura islâmica, os tapetes e tecidos desempenharam grande papel na decoração de tendas na época do nomadismo. Esta arte abrange ainda a literatura, a música, a dança e o teatro.
É uma arte muito valorizada por conter seus traços únicos mesmo que seja aproveitando as influências de outros povos.
Autoria: Jeniffer Elaina da Silva.



COMO SURGIU

O Islamismo é uma religião monoteísta, criada por Maomé e que começou a se difundir a partir da Arábia desde o século VII. O Islamismo incorporou elementos de outras religiões, como por exemplo, o Cristianismo e o Judaísmo, nesta religião também foram incorporadas partes das culturas dos povos beduínos.
Classifica-se como arte islâmica tudo o que é abarcado pela literatura, teatro, dança, música e as artes visuais de uma grande parcela de pessoas do Oriente Médio que adotaram o Islamismo como religião.
As principais influências para esta arte vêm dos povos pré-islâmicos, dos chamados “conquistados” e de outras dinastias relacionadas à religião. Dessa maneira, foram espalhando ideias baseadas no conceito do infinito, eternidade e o menosprezo pela vida material. Diversos estudiosos acreditam que a arte islâmica sofreu muita influência por parte do Alcorão, o livro sagrado do Islamismo, e também de algumas percepções do próprio Maomé.


ONDE ACONTECEU DE FORMA INTENSA

Fora do mundo ocidental, o desenvolvimento artístico também aconteceu de forma intensa e com vários intercâmbios culturais. Desde a região da Anatólia (parte da atual Turquia), na Ásia Menor, até o Extremo Oriente, onde se desenvolveram as civilizações chinesa e japonesa, o desenvolvimento artístico foi impressionante.

 Um dos exemplos notórios é a Arte Islâmica.
Com a fundação do islamismo pelo profeta Maomé no século VII, muitos povos que viviam na Península Arábica, na Pérsia e na Ásia Menor, bem como, depois, no Norte da África, unificaram-se em torno da nova religião. O árabe tornou-se a língua sagrada dos muçulmanos e, também, fonte de expressão artística.

Uma das primeiras manifestações da arte islâmica, a arquitetura, floresceu sobretudo na construção dos templos, isto é, as mesquitas. O complexo arquitetural das mesquitas envolvia sobretudo a construção de um interior com decoração suntuosa, expressa nos arabescos (desenhos em formas geométricas harmônicas), e na caligrafia árabe, com trechos do Alcorão.

Mas a arte islâmica teve sua expressão mais contundente em dois seguimentos e acompanhou duas ramificações da própria civilização islâmica: a Sá ávida e otomana. Os safávidas passaram a dominar a região da Pérsia (atual Irã) a partir do ano de 1501, sob a liderança de Ismail. Com o tempo, o império Sá ávida expandiu-se em direção ao norte, ocupando regiões como a do atual Afeganistão, ao sul da Península Arábica, e ao leste, em direção ao atual Paquistão.
Esse império legou uma vasta produção artística à posteridade, destacando-se nas pinturas, incluindo a representação de formas humanas (fato que não havia em outros ramos da arte islâmica), e uma extraordinária tapeçaria, com arabescos e inscrições caligráficas. Entre os tapetes mais famosos dos persas safávidas está o tapete de Ardabil, como destaca o historiador da arte Stephen Farthing:
         [...] os safávidas representavam seres vivos em suas obras de arte, e a presença de pessoas e animais se tornou uma característica distinta do estilo em iluminuras, como pode ser visto em Rostam dormindo enquanto Rakhsh enfrente o leão. Intrincados arabescos florais eram um traço igualmente importante na arte safávida, principalmente na abundante produção de tecidos e tapetes. Os tapetes persas do século XVI são alguns dos mais suntuosos já produzidos. Entre eles, reina supremo o tapete de Ardabil (1539-1540), que está assinado Maqsud de Kashan.

Já o estilo otomano prevaleceu na Ásia Central, no leste europeu e no Norte da África, haja vista que essa era a extensão do Império Otomano, que foi galgada a partir de 1453, quando houve a queda de Constantinopla. Os traços da arte otomana misturaram o legado tipicamente árabe com técnicas de Bizâncio, com o estilo timurid, com a arte dos Bálcãs e com o que era feito às margens do Mediterrâneo, sobretudo em Veneza.

 Além disso, havia também a influência da arte mongol e chinesa, como atesta também o historiador Farthing:
         “[…] os desenhos em cerâmica foram influenciados pelas porcelanas chinesas, e os padrões estilizados de plantas e flores eram os mais frenquentemente empregados, sobretudo na admirada cerâmica iznik. Caligrafias e desenhos com traços geométricos estavam restritos principalmente à decoração arquitetônica. No século XIX, as cerâmicas iznik eram colecionadas no Ocidente e serviam como fonte de inspiração para vários estilos artísticos dos séculos XIX e XX, principalmente o movimento Arts & Crafts”.


Artes Visuais

De variedade estilística e virtuosismo técnico extraordinários, a arte visual islâmica é decorativa, colorida e, no caso da religiosa, não figurativa, a decoração islâmica característica é conhecida como arabesco, um ornato que emprega desenhos de flores, folhagens ou frutos, às vezes, animais, esboços de figuras ou padrões geométricos, para produzir um desenho de retas ou curvas entrelaçadas, esse ornamento é empregado tanto na arquitetura quanto na decoração de objetos. 

 A cerâmica, o vidro, os tecidos, a ilustração de manuscritos e o artesanato em metal ou madeira têm sido de importância fundamental na cultura islâmica, a cerâmica constituiu a mais importante das primeiras artes decorativas dos muçulmanos.
Na decoração da louça de barro esmaltado, a maior contribuição islâmica para a cerâmica, empregam-se compostos metálicos nos esmaltes, que, quando queimados, transformam-se em películas metálicas iridescentes. Outros objetos cuja produção se destacou durante o período dos califados (do século VII ao XI) são o bronze e a madeira entalhada do Egito, os estuques do Iraque e o marfim entalhado da Espanha. 

No período seljúcida (do século XI ao XIII), manteve-se a importância da cerâmica, dos tecidos e dos vidros, além disso, objetos utilitários de bronze e latão eram incrustados com prata e cobre e decorados com desenhos complexos.
A ilustração de manuscritos também se tornou uma arte bastante respeitada, e a pintura em miniatura foi a maior e mais característica manifestação artística do período que se seguiu às invasões dos mongóis (1220-1260). 
O Islam considera a palavra escrita o meio por excelência da revelação Divina, por essa razão, a arte caligráfica se desenvolveu de forma rica e complexa, empregando uma ampla variedade de elegantes caracteres cursivos. A caligrafia era usada também como importante elemento decorativo na arquitetura e em peças utilitárias.  


Tapeçaria

Os mais belos tapetes de toda a história da arte são persas e datam dos séculos XVI e XVII, foram produzidos em Tabriz, Kashan, Herat e Isfahan, na dinastia dos safávidas, feitos de lã, seda e outros materiais, os tapetes persas, a exemplo do que ocorrera séculos antes com os turcos, tiveram grande aceitação no Ocidente.
Os temas são variados, mas predominam cenas de caçada e combate, não raro de origem chinesa. Em Agra, Lahore e algumas cidades da Índia, onde também foram produzidos tapetes de inspiração persa, desenvolveu-se um estilo de ornamentação floral tipicamente indiano e mongol, de temática naturalista. 


Literatura

No Islam, a literatura se desenvolveu principalmente em quatro línguas: árabe, persa, turco e urdu, o árabe é de extrema importância como a língua da revelação do Islam e do Alcorão.
A poesia árabe, cujos elementos básicos foram herdados de modelos pré-islâmicos, é monorrima (todas as linhas apresentam a mesma rima) e de métrica complicada (sílabas longas e curtas arranjadas em 16 métricas básicas). 
Há três gêneros poéticos principais: o gazel (ghazal), geralmente um poema de amor, que tem de cinco a 12 versos monorrimos; o qasida, um poema de louvação com vinte a mais de cem versos monorrimos; e o qita, uma forma literária empregada para lidar com aspectos da vida cotidiana. 

 Os persas aperfeiçoaram os gêneros, formas e regras da poesia árabe e adaptaram-nos a sua própria língua, desenvolveram também um novo gênero, o masnavi (composto de uma série de dísticos), empregado na poesia épica, desconhecida dos árabes.
A literatura persa, por sua vez, influenciou tanto a literatura urdu quanto a turca, especialmente no que se refere ao vocabulário e à métrica, a Turquia também tem uma rica tradição de poesia popular. 
A literatura islâmica compreende ainda textos em prosa, de cunho literário, didático e popular, o gênero que caracteriza a prosa islâmica é o maqama, em que uma narrativa relativamente simples é contada de maneira complicada e elaborada, com metáforas e jogos de palavras.


A EVOLUÇÃO DA ARTE ISLÂMICA


    Da arquitetura dos templos de Petra às enormes mesquitas de Bagdá, a evolução da arte sob a influência do Islamismo será tratada no curso Arte Islâmica, que ocorre nos dias 06, 13, 20 e 28 de outubro, na capital paulista. O curso é organizado pelo Instituto da Cultura Árabe (Icarabe) e será ministrado por Plínio Freire, mestre em História pela Universidade de São Paulo (USP).

A arquitetura de Petra, na Jordânia. Freire destaca que antes da ascensão do Islã, no século 7º, aquela região era uma rota de caravanas do deserto, um local de cultura árabe, mas com forte influência grega e romana. “Essas influências se cruzem em Petra, que tem elementos helenísticos e mesopotâmicos. Eles são fundamentais para entender como o Islã aparece”, afirma.

   A arquitetura de Petra “exuberante”. O que pode ser visto na cidade. “As colunas com capitéis [extremidades superiores] da ordem coríntia, tudo em um contexto de cultura helenística, com elementos mesopotâmicos e egípcios, e as réplicas de casas assírias”, aponta.

“Os árabes foram brilhantes para coletar elementos de diferentes culturas. Existia um imenso bom gosto e eles iam coletando elementos das culturas com as quais iam entrando em contato”, conta.

  A  cidade de Meca, na Arábia Saudita  era um grande centro comercial e por isso virou um grande centro religioso. Vou mostrar como funcionavam as religiões nas caravanas e a formação da língua árabe, que surgiu a partir de poetas que cantavam as glórias das tribos caravaneiras”, diz.

   A poesia, teve um papel fundamental na criação da língua árabe. Freire conta que, quando as diferentes tribos do deserto se encontravam, os poetas precisavam usar uma língua intermediária entre as diferentes línguas usadas nas tribos, ou seja, uma língua que fosse compreendida pelos membros das diversas tribos que se encontravam para mostrar suas conquistas. Foi daí que nasceu o idioma árabe. “É por isso que é uma língua tão difícil, porque é uma língua feita por poetas”, ressalta. Nessa época, além da poesia, destaca-se ainda a tapeçaria.

  A cidade de Damasco, na Síria, e a expansão do Islã são tratados na terceira aula. Após a morte do profeta Maomé, ocorre a divisão entre sunitas e xiitas. Com a decisão da maioria dos seguidores do profeta em passar a liderança da religião a um califa (palavra que significa sucessor), o império islâmico se expande rapidamente e o centro de poder religioso se transfere de Meca para Damasco.

“Aí começa a surgir a arte islâmica”, diz Freire. “Surgem as primeiras mesquitas extraordinárias, luxuosas, refinadas. É o Islã como uma manifestação política”, aponta.
A mesquita principal ficava ao lado do palácio do califa. A principal mesquita desta época, a Grande Mesquita Omíada, ainda hoje existente em Damasco, foi “a primeira construída dentro desse contexto imperial, pensada como uma obra de arte”. O local, que havia sido um templo romano e uma basílica cristã, foi redecorado com mármore, mosaicos e enfeites luxuosos. A mesquita do Domo da Rocha, em Jerusalém, foi erguida seguindo as mesmas bases de luxo e requinte, mesmo tendo um tamanho menor, diz o professor.

Bagdá, no Iraque, é o tema da quarta aula. Com a queda da dinastia omíada e ascensão da dinastia abássida, o centro de poder é transferido de Damasco para Bagdá. A cidade que foi construída artificialmente, em forma de círculos. “A cidade em forma de círculo significa um império, porque o círculo significava o mundo todo”, conta.

Neste período, entre os séculos 8º e 9º, aumenta muito o número de fieis do Islã e as mesquitas deixam para trás o luxo para abrigar o crescente número de seguidores. “As mesquitas perdem o caráter de luxo e começam a ser feitas de tijolos, mas são muito grandes e com um pátio interno muito grande”.

Isso deixa marcas muito profundas na arquitetura do Islã, pois as mesquitas deixam de ser construções luxuosas e passam a ser minimalistas na decoração e ganham áreas muito maiores.

Fontes: http://brasilescola.uol.com.br/artes/arte-islamica.htm

https://www.resumoescolar.com.br/historia/arte-islamica-como-surgiu/
http://www.islam.org.br/arte_islamica.htm

http://www.anba.com.br/noticia_educacao.kmf?cod=21872665
Aurea Santos
aurea.santos@anba.com.br

4 comentários:

  1. Como prometido, vim cá visitar este cantinho onde muito se ensina. Neste post aprendi muito sobre a cultura islâmica o que agradeço. Parabéns pela iniciativa, amiga . Um beijinho e até sempre
    Emilia

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  2. é muito interessante e proveitoso.
    grande abraço.
    :o)

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