Graciliano Ramos
O tempo presente e o tempo passado
Estão ambos talvez presentes no tempo futuro
E o tempo futuro contido no tempo passado.
Todo tempo é irredimível.
O que poderia ter sido é uma abstração
Que permanece, perpétua possibilidade,
Num mundo apenas de especulação.
O que poderia ter sido e o que foi
Convergem para um só fim, que é sempre presente.
Estão ambos talvez presentes no tempo futuro
E o tempo futuro contido no tempo passado.
Todo tempo é irredimível.
O que poderia ter sido é uma abstração
Que permanece, perpétua possibilidade,
Num mundo apenas de especulação.
O que poderia ter sido e o que foi
Convergem para um só fim, que é sempre presente.
Ensino Superior em Comunicação (Universidade Metodista de
São Paulo, 2010)
Graciliano Ramos foi um escritor brasileiro de grande
destaque. É apontado como o melhor ficcionista do Modernismo e também
como o prosador de maior destaque na segunda fase do Movimento.
Nascido em 27 de outubro de 1892 na cidade de Quebrângulo,
no Alagoas, foi o primogênito de quinze filhos de uma família de classe média.
Residiam no sertão nordestino e por conta dessa vivência, Graciliano produziu
obras que abordavam os problemas sociais do nordeste, trazendo uma visão
crítica das relações humanas.
Viveu parte de sua infância na cidade de Buíque em
Pernambuco, e parte em Viçosa, Alagoas. Concluiu os estudos secundários em
Maceió e não cursou ensino superior.
Em 1910 sua família mudou-se para Palmeira dos Índios,
Alagoas, e seu pai abriu um pequeno comércio. Em 1914 mudou-se para o Rio de
Janeiro e começou a trabalhar como revisor dos jornais “Correio da Manhã” e “A
Tarde”. Depois de um tempo retorna para Palmeira dos Índios e trabalha como
comerciante e jornalista local.
Em 1927 foi eleito prefeito da cidade e assumiu o cargo em
1928. Em 1932 renuncia à prefeitura e muda-se para Maceió, onde é nomeado
diretor da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado. Colabora com
jornais usando o pseudônimo de Lúcio Guedes.
Demite-se do cargo de diretor da Imprensa Oficial e volta
para Palmeira dos Índios, onde funda uma escola no interior da sacristia da
igreja Matriz e inicia os primeiros capítulos do romance “São Bernardo”.
Graciliano Ramos faz sua estreia na literatura em 1933, com
o romance "Caetés". Na sequência publica o romance "São Bernardo"
em 1934 e "Angústia" em 1936. Nesse ano, o escritor foi preso pela
acusação de participação no movimento de esquerda.
Após percorrer vários presídios e sofrer situações
dolorosas, foi libertado em janeiro de 1937. Essas experiências
transformaram-se em conteúdo para os relatos do livro "Memórias do
Cárcere".
Após essa publicação veio o romance "Vidas secas",
escrito em 1938 e considerado como sua obra mais importante.
Nesse período, Graciliano Ramos fixa residência no Rio de
Janeiro e ocupa o cargo de Inspetor Federal de Ensino. Em 1945 ingressou no
Partido Comunista Brasileiro.
Em 1951 foi eleito presidente da Associação Brasileira de
Escritores. Em 1952 viajou para os países socialistas do Leste Europeu,
experiência relatada na obra "Viagem", publicada em 1954, após sua
morte.
Graciliano Ramos morreu no Rio de Janeiro no dia 20 de março
de 1953. Seus livros foram traduzidos para vários idiomas e alguns de seus
trabalhos, como "Vidas Secas", "São Bernardo" e
"Memórias do Cárcere", foram adaptados para o cinema.
Algumas obras:
Caetés, 1933
São Bernardo, 1934
Angústia, 1936
Vidas Secas, 1938
A Terra dos Meninos Pelados, 1942
História de Alexandre, 1944
Dois Dedos, 1945
Infância, 1945
Histórias Incompletas, 1946
Insônia, 1947
Memórias do Cárcere, 1953
Viagem, 1954
Linhas Tortas, 1962
Viventes das Alagoas, 1962
Vidas Secas (1938), Graciliano Ramos
Recebeu o Prêmio da Fundação William Faulkner, dos Estados
Unidos, pela obra "Vidas Secas".
Um romance montado com cenas avulsas, a partir de quadros,
em que Graciliano Ramos acompanha a rotina desesperadora de nordestinos que
vivem de fazenda em fazenda, isolados do mundo. Fabiano e Sinhá Vitória têm que
tomar uma decisão crucial, eternizar este ciclo de exploração ou tentar dar aos
filhos o estudo que eles nunca tiveram. Mais do que um romance sobre a seca e o
nordeste, é uma narrativa sobre o poder da linguagem.
Maravilhoso reler Graciliano Ramos,querida amiga Eliane.
ResponderExcluirE relembrar "Vidas Secas',que me marcou muito.
Estou esperando os da Cora Coralina que amo de paixão,pois foi uma pessoa sábia ,que deixou,além das pérolas que escrevia, muitas frases de vida maravilhosas,de reflexão e verdadeiras regras de viver bem e feliz.
Adoro seu espaço .Recebi sua atualização e vim rapidinho ver.
Obrigada pelas visitas
Beijos sabor carinho e uma noite de quarta_feira de paz e alegrias
Donetzka
Que bom amiga, também sou fã. Grata pela visita e por seguir o blog. Seja sempre bem vinda! Obrigada!
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