O NEGRO E O PRECONCEITO RACIAL
O preconceito
racial é o que mais se abrange em todo o mundo, pois as pessoas julgam as
demais por causa de sua cor, ou melhor, raça.
Antigamente, era
comum ver-se negros africanos acompanhados de belas louras nórdicas ou de
outras partes da Europa. Não existia o menor preconceito entre esses casais nem
em relação a eles. Para os brasileiros, porém, era algo inédito e escandaloso;
faziam-se piadas insinuando que o sucesso dos negros se devia ao fato de que
eram muito bem dotados anatomicamente para o sexo. Uma visão preconceituosa
típica, que procurava desqualificar o negro e que escondia, às vezes, uma boa
dose de inveja.
Os negros e
asiáticos que iam estudar na Europa, no entanto, possuíam uma cultura igual ou
superior a de qualquer estudante branco, uma vez que haviam freqüentado boas
escolas em seus países, indo finalmente aprimorar seus estudos na Europa ou nos
Estados Unidos. Não havia nenhuma desigualdade que dificultasse uma estreita
convivência entre eles.
No Brasil,
pretende-se erradicar o preconceito racial com leis. Só a educação poderá
esclarecer a todos, sobretudo aos brancos, o que representou para a raça negra
o que lhe foi imposto pelo tráfico escravista. A Igreja se julgava com o
direito de catequizar aqueles que nada sabiam da religião católica. O Governo
nada fez, depois da Abolição, para dar aos ex-escravos condições de estudar e
conquistar um lugar na sociedade. O Brasil está muito longe de ser um país onde
todos sejam iguais. O espaço e a visibilidade que o negro tem em nossa
sociedade, não permitem que ele sirva de referência. Estudos realizados pelo
IBGE mostram que no Brasil os brancos recebem salários superiores, cerca de
50%, aos recebidos pelos negros no desempenho das mesmas funções, e que o
índice de desemprego desses também é maior. No campo da educação, o
analfabetismo, a repetência, a evasão escolar são consideravelmente mais
acentuados para os negros.
No Brasil, a
porcentagem de quem se declara de cor Branca é maior, sendo eles 47,7 % e se
destacando mais na região Sul de nosso país. Em seguida, vem a população de cor
Parda, com 43,13 % e com maior parte na região Norte. Depois, em menoria, quem
se declara de cor Preta é 7,61% da população, sofrem com o preconceito racial e
estão em maior parte na região Sudeste do Brasil.
Com tudo isso, percebemos que o preconceito é um dos
problemas mais graves em todo o mundo, e que as pessoas precisam se conhecerem
melhor, independente de cor ou raça, sendo branco, preto, índio ou qualquer
outro tipo, devemos respeitar e zelar pelo próximo.
RACISMO
A história nos
mostrou como os negros sofreram no passado com a escravidão e o preconceito.
Separados dos brancos, os negros não eram respeitados e a discriminação não era
algo raro. Mas com o tempo, o ser humano percebeu como tal atitude é
completamente desnecessária e o racismo virou algo proibido por lei, tendo pena
inafiançável.
Para entender melhor, qualquer exclusão, distinção,
restrição ou preferência baseada na raça, cor e nacionalidade que tenha
intenção de resultar ou anular o reconhecimento de exercícios é considerado
como discriminação racial. Todas as pessoas, não importa a raça, tem direitos
econômicos, sociais e culturais iguais.
Infelizmente, ainda existem pessoas que não tem tal
compreensão e agem para discriminar outros baseando-se somente na raça. Algumas
atitudes racistas que possam ocorrer em determinados locais são:
Ambiente de
Trabalho
Qualquer procedimento que seja de recusa, falta de
oportunidade ou anulação de emprego por parte da empresa ou agência de emprego
baseada na raça da pessoa.
Preferência nas ofertas de emprego ou recrutamento em
anúncios e publicidade, baseada na tonalidade de pele da pessoa.
Impedimento de permissão ou acesso em exercício de
atividades econômicas.
Brincadeiras ou comentários, tais como xingamento ou fofoca,
que contenham ofensas racistas.
Escolas
Impedimento de acesso ou matrícula em escolas públicas ou
privadas.
Comentários ou ofensas que tenham conteúdo discriminatórios.
Falta de atenção ou preferência em alunos baseado na
tonalidade da pele.
Outros
Impedimento de acesso em locais públicos por discriminação
racial.
Recusa a prestar serviços de venda de imóveis pela cor das
pessoas.
Qualquer recusa de prestação de serviços às pessoas, baseada
na raça.
Qualquer atitude que fere, denigre ou rebaixe a pessoa baseando
somente na raça.
Lembrando que, não é só porque a pessoa está nesses locais,
que ocorrerá atitudes racistas. O racismo pode acontecer em qualquer lugar, com
qualquer pessoa. Os lugares citados são apenas casos que, infelizmente, podem
ocorrer com mais frequência pela quantidade de pessoas que circulam por eles.
Consciência
Negra
Antes de ser definido o Dia da Consciência Negra, o país
passou por inúmeras lutas até que as pessoas começassem a refletir sobre
escravidão, direitos e valorização da cultura negra e de sua história. Diversos
movimentos negros contra a escravidão, o racismo e a desigualdade social
marcaram a história do Brasil, dentre eles, pode-se citar:
- A
resistência dos negros no Quilombo dos Palmares;
- A Revolta
do Malês (1835), realizada na cidade de Salvador, que foi uma revolta
de negros muçulmanos que desejavam o fim do catolicismo, da escravidão e a
imposição de uma monarquia islâmica;
- A Revolta
da Chibata (1910), realizada no Rio de Janeiro, foi liderada pelo
marinheiro João Cândido que era contra os maus tratos da marinha, cujos
superiores os castigavam com chibatadas e açoites, etc.
No início da década de 70, o dia 20 de novembro foi
escolhido para homenagear o líder e lembrar da história vivida no Quilombo dos
Palmares. Um de seus idealizadores foi o gaúcho Oliveira Silveira que fazia
parte do Grupo Palmares. Mas, apenas, em 1978, com a criação do Movimento Negro
Unificado, a data foi reconhecida nacionalmente.
A partir daí, os negros foram capazes de deixar uma herança
cultural no país, como a arte da capoeira, a expansão da dança proveniente da
África. Na mídia, filmes foram criados sobre a história do Quilombo dos
Palmares, dentre eles estão Quilombo (1984) e Ganga Zumba (1963), produzidos
pelo cineasta Cacá Diegues.
SISTEMA DE COTAS
O sistema de
cotas é uma ação do governo brasileiro que consiste na reserva de vagas das
universidades públicas para negros, índios, alunos em escolas públicas, entre
outros grupos. Para os negros, as universidades reservam 20% das vagas para o
aluno concorrer pelos sistemas de cotas.
Para participar da reserva de vagas, o candidato deve se
candidatar para o sistema de cotas e se declarar negro no momento de inscrição
do vestibular. Na inscrição, o interessado deve assinar uma declaração
específica exigida pela banca na universidade. Essa declaração será avaliada
por uma comissão de representantes de movimentos sociais envolvidos com o
assunto, e especialistas que decidirão se a inscrição do candidato deve ser
aprovada ou não após uma entrevista.
Na Universidade de Brasília (UnB), o cotista deve se dirigir
a um posto de atendimento da universidade e tirar fotos no Centro e Seleção e
de Promoção de Eventos (Cespe/UnB), órgão responsável pela prova. Essa foto
deverá ser anexada à ficha de inscrição e avaliada pela banca da universidade.
Se a banca decidir que a inscrição não foi aprovada, o
candidato deixa de concorrer pelas vagas reservadas e passa a concorrer pelas
vagas universais. Caso o candidato discorde da homologação, ele pode entrar com
recurso ou tirar qualquer dúvida quanto ao pedido de reserva pelo sistema de
cotas com a comissão.
A inclusão de negros nas universidades pelo sistema de cotas
foi adotado pela primeira vez na Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(UERJ), em 2001. A UnB foi a primeira instituição federal de ensino superior a
adotar o sistema de cotas, em 2004.
Até 2007, 40 instituições públicas adotaram o sistema de
cotas, sendo 18 universidades estaduais e 22 federais. Em 2013 o sistema de
cotas completou 10 anos com cerca de 32 universidades estaduais que já
aplicavam ações afirmativas para o ingresso de estudantes.
Críticas
Como qualquer ação, o sistema de cotas sofreu muitas
críticas desde que foi permitido. Entre as principais, destacam-se o fato de
algumas pessoas considerarem que cotistas pudessem tomar vagas de quem tira
nota maior, mas concorre pelo sistema universal.
Para quem acha isso, cabe explicar que as vagas dos sistemas
de cotas e universal são diferentes, por isso não tem como isso ocorrer. Para
quem tem dúvidas, as vagas que sobram no sistema de cotas são ocupadas sim, mas
da mesma forma que são ocupadas pelo sistema universal. Já teve casos em que
vagas que sobraram não foram preenchidas por cotistas, nem por candidatos do
sistema universal, pois nenhum candidato foi classificado.
E talvez uma das críticas mais discutidas é o critério de
avaliação de raça. Num país onde houve uma mistura forte de raças, como
classificar uma pessoa como negra ou parda?
Um dos casos mais discutidos que abrange essa indagação foi
dos gêmeos idênticos, Alan e Alex Teixeira.
Em 2007, Alan e Alex tentaram concorrer às vagas da UnB pelo
sistema de cotas. A surpresa veio logo após, Alan foi considerado negro, mas
Alex, não. Filhos de pai negro e mãe branca, os gêmeos esperavam ser aprovados,
e a notícia veio como um alerta para o modo como é feita a avaliação. Alex
entrou com um recurso e foi aprovado depois. O caso ficou tão famoso que virou
capa de uma revista de circulação nacional.
FONTES:
http://www.coladaweb.com/sociologia/preconceito-racial
Autoria: Rafael Pedretti
http://racismo-no-brasil.info/
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