O ILUMINISMO
O movimento
conhecido como Iluminismo (ou Ilustração) foi um influente processo
cultural, social, filosófico e político que tem suas origens ainda no século
XVII, com a Revolução Científica possibilitada pela pesquisa efetuada
por nomes como René Descartes (1596-1650) e Isaac Newton (1643-1727),
mas se desenvolveu plenamente apenas durante o século seguinte. Por tal motivo,
os anos 1700 são qualificados como o “Século das Luzes”. Embora a França seja
amplamente considerada a nação que liderou o processo de desenvolvimento desta
mentalidade, o próprio termo faz referência à palavra alemã Aufklarung, que
significa esclarecimento; logo, podemos ver os primeiros sinais do movimento em
outras partes da Europa – como o Sacro Império Romano Germânico, Holanda e
Inglaterra – antes que o Iluminismo encontrasse terreno mais fértil em França.
Nesta sociedade extraordinariamente desigual, onde as
classes privilegiadas possuíam privilégios e isenções notáveis ao custo da
exploração de parte esmagadora da população, o Iluminismo rapidamente ganharia
adeptos entre a ascendente classe burguesa. Isto não quer dizer, porém,
que o Iluminismo fosse uma escola de pensamento propriamente dita, e muito
menos que se tratasse de um movimento homogêneo. De fato, seu ecletismo era
tamanho que acabava resultando em um pensamento pouco original para a época.
Isso levaria alguns estudiosos a afirmarem mesmo que o movimento iluminista foi
apenas uma invenção posterior dos revolucionários franceses em busca de
legitimação para suas ações.
O diferencial do Iluminismo em relação aos demais movimentos
do período, contudo, estava em sua abordagem estrita da razão, principalmente
em relação ao viés científico, numa linha de pensamento que poderia ser
aplicada tanto a filósofos e intelectuais quanto a matemáticos e físicos. Com o
passar as décadas, cresceu a ideia de que o mesmo método poderia ser utilizado
com sucesso em outras áreas da vida, levando ao progresso e à felicidade;
assim, em breve a própria política se apropriaria da ideia da razão como a mais
benéfica para a sociedade em geral, em contraponto à mera autoridade e à
estratificação. Alguns monarcas europeus do período seriam até conhecidos como déspotas
iluminadosou soberanos filósofos – como Catarina II da Rússia (1729-96),
Frederico II da Prússia (1712-86) e, em certa medida, Maria Teresa d’Áustria
(1717-80) – devido às reformas que visavam ao bem-estar de seus súditos.
Segundo o
Iluminismo, apenas a razão, aliada ao método científico, poderia fornecer
as verdades elementares que seriam as bases do progresso do conhecimento.
Partindo disso, é mais fácil compreender a iniciativa de vários nomes ligados
ao movimento – como Denis Diderot (1713-84), Voltaire (1694-1778), Jean-Jacques
Rousseau (1712-78) e Montesquieu (1689-1755), apenas para citar
os mais notáveis – para começar o desenvolvimento e publicação daqueles que se
tornariam, entre a década de 1750 e a década de 1770, os 35 volumes da
Enciclopédia. Somando no total cerca de 70.000 textos sobre os mais variados
assuntos, a Enciclopédia era uma espécie de catálogo ornamentado de todo o
conhecimento da época em que foi produzida. Pela primeira vez na história, toda
a sabedoria humana foi reunida numa só coleção que estava totalmente disponível
ao público, incentivando, assim, o pensamento livre.
Este movimento
surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão
teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Segundo os filósofos
iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas
em que se encontrava a sociedade.
Os ideais iluministas
Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o
pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças
religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O
homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que,
até então, eram justificadas somente pela fé.
Século das Luzes
A apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e,
este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais
intenso na França, onde influenciou a Revolução Francesa através de seu lema:
Liberdade, igualdade e fraternidade. Também teve influência em outros
movimentos sociais como na independência das colônias inglesas na América do
Norte e na Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil.
Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom,
porém, era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam
que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a
todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as
imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários
ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero.
Os burgueses foram os principais interessados nesta
filosofia, pois, apesar do dinheiro que possuíam, eles não tinham poder em
questões políticas devido a sua forma participação limitada. Naquele período, o
Antigo Regime ainda vigorava na França, e, nesta forma de governo, o rei
detinha todos os poderes. Outra forma de impedimento aos burgueses eram as
práticas mercantilistas, onde, o governo interferia ainda nas questões
econômicas.
No Antigo Regime, a sociedade era dividida da seguinte
forma: Em primeiro lugar vinha o clero, em segundo a nobreza, em terceiro a
burguesia e os trabalhadores da cidade e do campo. Com o fim deste poder, os
burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar significativamente seus
negócios, uma vez que, com o fim do absolutismo, foram tirados não só os
privilégios de poucos (clero e nobreza), como também, as práticas
mercantilistas que impediam a expansão comercial para a classe burguesa.
Principais filósofos iluministas
Os principais filósofos do Iluminismo foram: John Locke (1632-1704),
ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através
do empirismo; Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de
pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa; Jean-Jacques
Rousseau (1712-1778), ele defendia a ideia de um estado democrático que garanta
igualdade para todos; Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão
do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário; Denis Diderot (1713-1784)
e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que
reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.
Fontes:
http://www.infoescola.com/historia/iluminismo/
http://www.suapesquisa.com/historia/iluminismo/
Organização ; Profª Lourdes Duarte.
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