TRANSGÊNICOS NA AGRICULTURA: O QUE VOCÊ PRECISA SABER
Nem todo tipo de evolução é recebida da melhor maneira
possível.
Muitas vezes as pessoas tendem a olhar o novo com
desconfiança e muitas com um certo preconceito, que é gerado muitas vezes pela
falta de informação.
Na agricultura isso não é diferente.
Um dos grandes avanços dos últimos anos veio com a
biotecnologia dos transgênicos agrícolas e desde então ela tem gerado diversas
polêmicas.
Nesse post você entenderá o que são esses transgênicos na
agricultura e as suas vantagens e desvantagens.
Confira!
O QUE SÃO TRANSGÊNICOS
Transgênico é o nome dado a organismos que contém genes de
outras espécies em seu genoma, adicionados por meio de técnicas de engenharia
genética.
Sendo assim, uma espécie terá o seu genoma original
alterado. Essas mudanças são feitas buscando objetivos específicos, melhorias
para aquelas espécies.
Essa biotecnologia passou a ser bastante utilizada na
agricultura, visando melhorar a produtividade e tornar as espécies conforme
algumas necessidades, como evitar pragas, por exemplo.
TRANSGÊNICOS E TRANSGENES
Algumas vezes os termos são confundidos. Mas a diferença é
bastante simples.
Transgenia diz respeito ao gene que foi inserido na outra
espécie. Transgênico se refere à espécie que recebeu esse novo gene.
TRANSGÊNICOS E ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS (OGM)
Outra diferença que vale a pena frisar é em relação aos
organismos geneticamente modificados.
Um OGM é foi modificado a partir de técnicas laboratoriais
que de alguma forma mudaram o seu genoma. O Transgênico é uma espécie que teve
a modificação a partir da inserção de um trecho do DNA de outra espécie.
Isso torna um transgênico um OGM. Mas nem todo OGM é um
transgênico.
TRANSGÊNICOS NA AGRICULTURA
Como vimos, os transgênicos são criados visado alguma
evolução específica para uma espécie de planta ou fruto.
Atualmente a produção deles é difundida em todo o mundo e a
utilização dessa biotecnologia é com folga a evolução mais adotada na história
da agricultura.
O Brasil figura entre os países com a maior área plantada de
transgênicos agrícolas no mundo.
O principal motivo para esse uso exacerbado é o sucesso com
essas espécies mais resistentes a pragas e secas, e uma diminuição no uso de
pesticidas e defensores nas plantações.
BENEFÍCIOS DOS TRANSGÊNICOS AGRÍCOLAS
As principais vantagens dos transgênicos na agricultura
estão diretamente ligados à produtividade.
Essa resistência a pragas e doenças citada no tópico
anterior gera uma grande redução de custos para os engenheiros agrícolas, além
disso algumas dessas espécies podem ser colhidas mais rapidamente e com menor
perda.
Os principais benefícios são:
Resistencia a pragas e doenças
Aumento da produtividade
Redução de custos
Diminuição do uso de pesticidas, herbicidas e defensores
Maior tolerância à condições ambientais e climáticas
Introdução de características novas à espécie a partir da
alteração do genoma
Geração de anticorpos nessas espécies transgênicas
DESVANTAGENS DOS TRANSGÊNICOS NA AGRICULTURA
Claro que o uso dessa biotecnologia não é um mar de rosas.
Essa evolução traz algumas consequências e riscos, tanto para as pessoas quanto
para o meio ambiente.
Vejamos as principais delas:
AO MEIO AMBIENTE
Como os transgênicos são plantados em monoculturas, eles
trazem uma perda da biodiversidade
Alguns genes da planta podem ser transferidos para outras
espécies, a partir do fluxo gênico (ou escape gênico) modificando parentes
silvestres
Pode ocorrer o surgimento das chamadas super pragas, que são
resistentes a pesticidas e herbicidas
Plantas mais resistentes e agressivas podem gerar o
extermínio de insetos benéficos à agricultura
AO HOMEM
A alteração da quantidade de nutrientes pode interferir na
absorção desses alimentos
Aumento de alergias pela transferência de genes de uma
espécie para a outra
Pode ocorrer a transferência de genes resistentes a
antibióticos para bactérias presentes no intestino humano e no dos animais,
através do escape gênico já citado
Ainda não existem estudos conclusivos com relação aos
efeitos à longo prazo
Ainda existem outras vantagens e desvantagens, mas
selecionamos aqueles que julgamos mais importantes.
POLÊMICA COM OS TRANSGÊNICOS AGRÍCOLAS
Como vimos, o alto número de vantagens e de desvantagens
dessas espécies geneticamente modificadas podem gerar longas discussões a
respeito do tema.
Muitas polêmicas são criadas por falta de informação das
pessoas e esse tema é delicado e precisa ser discutido e analisado com bastante
calma, lembrando que cada caso pode ter a sua especificidade.
Os transgênicos marcam mais um grande avanço na agricultura,
tão marcante quanto GPS agrícola e os Drones.
Transgênicos na agricultura
Os alimentos transgênicos.
Os alimentos transgênicos são modificados geneticamente em
laboratórios com o objetivo de conseguir melhorar a qualidade do produto. Os
genes de plantas e animais são manipulados e muitas vezes combinados. Os
organismos geneticamente modificados, depois da fase laboratorial, são
implantados na agricultura ou na pecuária. Vários países estão adotando este
método como forma de aumentar a produção e diminuir seus custos.
Através da modificação genética, técnicas que incluem DNA
recombinante, introdução direta em um ser vivo de material hereditário de outra
espécie, incluindo microinjeção, microencapsulação, fusão celular e técnicas de
hibridização com criação de novas células ou combinações genéticas
diferenciadas, ou seja, que não encontramos na natureza.
Na agricultura, por exemplo, uma técnica muito utilizada é a
introdução de gene inseticida em plantas. Desta forma consegue-se que a própria
planta possa produzir resistências a determinadas doenças da lavoura. A
Engenharia Genética tem conseguido muitos avanços na manipulação de DNA e RNA.
Aplicação das técnicas
A biotecnologia aplica essas técnicas também na produção de
alimentos. A engenharia genética tem usado e pesquisado determinados métodos de
produção de tecidos e órgãos humanos. Até mesmo seres vivos têm surgido destas
pesquisas. O caso mais conhecido foi da ovelha Dolly. A técnica da clonagem foi
utilizada gerando um novo ser vivo.
Os transgênicos, ou organismos geneticamente modificados,
são produtos de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza, como, por
exemplo, arroz com bactéria.
Por meio de um ramo de pesquisa relativamente novo (a
engenharia genética), fabricantes de agroquímicos criam sementes resistentes a
seus próprios agrotóxicos, ou mesmo sementes que produzem plantas inseticidas.
As empresas ganham com isso, mas nós pagamos um preço alto: riscos à nossa
saúde e ao ambiente onde vivemos.
O modelo agrícola baseado na utilização de sementes
transgênicas é a trilha de um caminho insustentável. O aumento dramático no uso
de agroquímicos decorrentes do plantio de transgênicos é exemplo de prática que
coloca em cheque o futuro dos nossos solos e de nossa biodiversidade agrícola.
Diante da crise climática em que vivemos, a preservação da
biodiversidade funciona como um seguro, uma garantia de que teremos opções
viáveis de produção de alimentos no futuro e estaremos prontos para os efeitos
das mudanças climáticas sobre a agricultura,
Nesse cenário, os transgênicos representam um duplo risco.
Primeiro por serem resistentes a agrotóxicos, ou possuírem propriedades
inseticidas, o uso contínuo de sementes transgênicas leva à resistência de
ervas daninhas e insetos, o que por sua vez leva o agricultor a aumentar a dose
de agrotóxicos ano a ano. Não por acaso o Brasil se tornou o maior consumidor
mundial de agrotóxicos em 2008 – depois de cerca de dez anos de plantio de
transgênicos – sendo mais da metade deles destinados à soja, primeira lavoura
transgênica a ser inserida no País.
Além disso, o uso de transgênicos representa um alto risco
de perda de biodiversidade, tanto pelo aumento no uso de agroquímicos (que tem
efeitos sobre a vida no solo e ao redor das lavouras), quanto pela contaminação
de sementes naturais por transgênicas. Neste caso, um bom exemplo de alimento
importante, que hoje se encontra em ameaça, é o nosso bom e tradicional arroz.
A diversidade do arroz brasileiro congrega desde o arroz
branco plantado no Rio Grande do Sul, que é adaptado a temperaturas amenas,
àquele plantado no interior do nordeste, vermelho, resistente a climas quentes
e secos. Ambos são necessários, sem seus respectivos climas e solos, para
garantir que o cidadão brasileiro tenha sempre arroz em seu prato, em qualquer
região do país.
Rotulagem como direito básico
Ativistas do
Greenpeace protestam em um supermercado contra a falta de rotulagem adequada
nos produtos fabricados pelas empresas Bunge e Cargill. ©Greenpeace/Ivo
Gonzalez
“É melhor prevenir do que remediar”. Esta expressão cai como
uma luva quando falamos de liberação e consumo de transgênicos.
Consumimos hoje diversos alimentos com ingredientes à base
de transgênicos, produzidos para matar insetos e resistir a agrotóxicos. Você
deve achar que exaustivos testes foram feitos, e todas as pesquisas que apontam
possíveis riscos foram levadas em consideração, para que transgênicos fossem
liberados. No entanto, isso não acontece.
Não existe consenso na comunidade científica sobre a
segurança dos transgênicos para a saúde humana e o meio ambiente. Testes de
médio e longo prazo, em cobaias e em seres humanos, não são feitos, e
geralmente são repudiados pelas empresas de transgênicos.
Neste contexto, o Greenpeace considera que a liberação de
transgênicos é uma afronta ao princípio da precaução, e uma aposta de quem não
tem compromisso com o futuro da agricultura, do meio ambiente, e do planeta.
Desde que os transgênicos chegaram clandestinamente ao
Brasil, em 1997, o Greenpeace trabalhou para que o consumidor pudesse
identificá-los e decidir se compraria ou não.
Em 2003, foi publicado o decreto de rotulagem (4680/2003),
que obrigou empresas da área da alimentação, produtores, e quem mais trabalha
com venda de alimentos, a identificarem, com um “T” preto, sobre um triangulo
amarelo, o alimento com mais de 1% de matéria-prima transgênica.
A resistência das
empresas foi muito grande, e muitas permanecem até hoje sem identificar a
presença de transgênicos em seus produtos. O cenário começou a mudar somente
após denúncia do Greenpeace, em 2005, de que as empresas Bunge e Cargill usavam
transgênicos sem rotular, como determina a lei. O Ministério Público Federal
investigou e a justiça determinou que as empresas rotulassem seus produtos, o
que começou a ser feito em 2008.
A partir de 2007,
parlamentares da bancada ruralista, impulsionados pela indústria da alimentação
e empresas de transgênicos, propuseram projetos de lei que visam acabar com a
rotulagem. O Greenpeace está de olho nestas iniciativas que visam bulir com
nosso acesso à informação.
A rotulagem de produtos transgênicos é um direito básico dos
consumidores. Todos nós temos o pleno direito de saber o que consumimos.
Fome no mundo: a solução é agricultura para sempre
Para os agricultores que cultivam plantações convencionais
ou orgânicas, a contaminação e a inserção em massa de sementes transgênicas no
mercado têm implicado em prejuízo. Eles têm perdido o direito de vender suas
safras como convencionais ou orgânicas, que são mais valorizadas no mercado, e
ainda por cima são obrigados a pagarem royalties por algo que eles não queriam.
Os defensores dos transgênicos dizem que eles podem ser uma
solução ao problema da fome no mundo, pois podem levar ao aumento da produção
de alimentos. Mas realidade é bem diferente.
A totalidade dos transgênicos plantados no Brasil, e a quase
totalidade dos transgênicos plantados no mundo são plantas resistentes a
agrotóxicos ou com propriedades inseticidas. A produtividade dos transgênicos
não é superior à dos convencionais e orgânicos, e a semente é mais cara por
conta dos royalties a serem pagos, o que aumenta o custo de produção.
Considerando isso, e somando-se seus impactos sobre a
biodiversidade agrícola e aumento no uso de agrotóxicos, só uma conclusão é
possível: os transgênicos são um problema, e não a solução, para a fome no
mundo.
Fonters: http://pixforce.com.br
http://www.suapesquisa.com/transgenicos/
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