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quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Português - Aula 03 - Conceitos de Semântica



O que é a memória semântica


A memória semântica é parte do que é chamado de memória declarativa. A memória declarativa:

  • É composta de memória episódica e memória semântica
  • É construída e usada por crianças quando encontram novas ideias
  • Está associada com fatos
  • Pode ser recuperada
  • Também chamada de memória explícita

É o oposto da memória implícita que também é chamada memória de procedimento. A memória implícita:

  • Está relacionada com a capacidade inconsciente para obter informações sobre como executar uma tarefa.

Depois de muita pesquisa em pacientes amnésicos, os investigadores acreditam que estes dois tipos de memória estão localizados em diferentes áreas do cérebro e em grande parte agem de forma independente.

Então, agora você pode ver mais sobre como funciona a memória semântica por entender alguns exemplos deste tipo de memória.


Alguns exemplos de memória semântica

  1. O significado das letras
  2. O conceito de o que é um gato
  3. Os sons que as letras fazem
  4. A ideia de o que um carro é
  5. Conhecimento que Belo Horizonte é a capital de Minas Gerais
  6. Definições de palavras
  7. As datas de quando a Segunda Guerra Mundial começou e terminou
  8. Saber o que um dinossauro é
  9. Conhecimento do pra que um telefone é usado
  10. Reconhecer nomes de cores
  11. Saber onde a Mongólia está localizada em um mapa (sabe essa?)
  12. Lembrar o que é um computador (essa você sabe)
  13. O conhecimento de que os peixes nadam em água
  14. Conhecimento de que corujas são noturnas
  15. Conhecimento do que constitui uma cadeira
  16. Lembrar-se que alimentos são populares no Camboja
  17. Conhecimento do que um livro é
  18. Lembrança de costumes sobre casamentos na Síria
  19. Conhecer a diferença entre uma vaca e uma ave
  20. Recordar o ciclo da água
  21. Saber as vestimentas típicas das pessoas no Egito antigo
  22. Saber que DC é melhor que Marvel (essa não tem discussão)



Semântica é o estudo do significado, isto é a ciência das significações, com os problemas suscitados sobre o significado: Tudo tem significado?
 

   Significado é imagem acústica, ou imagem visual?. 


      O homem sempre se preocupou com a origem das línguas e com a relação entre as palavras e as coisas que elas significam, se há uma ligação natural entre os nomes e as coisas nomeadas ou se essa associação é mero resultado de convenção. Nesse estudo consideram-se também as mudanças de sentido, a escolha de novas expressões, o nascimento e morte das locuções.
     A semântica como estudo das alterações de significado prende-se a Michel Bréal e a Gaston Paris. Um tratamento sincrônico descritivo dos fatos da linguagem e da visão da língua como estrutura e as novas teorias do símbolo datam do sec. XX.


     As significações linguísticas consideram a significação interna ou gramatical referente aos morfemas e a semântica externa ou gramatical, isto é, objetiva, referente aos semantemas. Pode ser diacrônica ou descritiva (como as línguas interpretam o mundo). A significação interna se distribui pelas categorias gramaticais para maior economia e eficiência da linguagem. A estrutura sintagmática é também relevante para o significado, donde poder-se falar em significado gramatical; dependendo da regência, da colocação e, até, de fatores como pausa, entonação que, na linguagem escrita são assinaladas, tanto quanto possível, pela pontuação. O significado da sentença não é portanto a soma do significado dos seus elementos lexicais, muito embora a relevância do significado destes.

Os elementos lexicais que fazem parte do acervo do falante de uma língua podem ser:


Simples – cavalo
Composta – cavalo-marinho
Complexa – a olhos vistos, briga de foice no escuro (são sintagmáticos)
Textuais – orações, pragas, hinos (são pragmáticos, não entram nos dicionários de língua, a não ser por comodidade).
   O conceito de gato não está contido em “à noite todos os gatos são pardos “

Nas alterações sofridas nas relações entre as palavras estão as chamadas figuras de retórica clássica:


1) Metáfora – comparação abreviada


2) Metonímia – transferência do nome de um objeto a outro, com o qual guarda alguma relação de: 


autor pela obra – Ler Machado de Assis

agente pelo objeto – Comprar um Portinari

causa pelo efeito – Viver do seu trabalho

continente pelo conteúdo – Comeu dois pratos

local pelo produto – Fumar um havana.


3) Sinédoque ( para alguns é caso de metonímia )

parte pelo todo – Completar 15 primaveras

singular pelo plural – O português chegou à América em 1500.


4) Catacrese – extensão do sentido de uma palavra, por extensão, a objetos ou ações que não possuem denominação própria – embarcar no ônibus; o pé da mesa.


No levantamento da tipologia das relações entre as palavras assinalam-se ainda os fenômenos da sinonímia, antonímia, homonímia, polissemia e hiponímia. Os sinônimos se dizem completos, quando são intercambiáveis no contexto em questão. São perfeitos quando intercambiáveis em todos os contextos, o que é muito raro, a não ser em termos técnicos.


     Por exemplo, em: casamento, matrimônio, enlace, bodas, consórcio, há um fundo comum, um “núcleo”; os empregos são diferentes, porém próximos. Nem todas as palavras aceitam sinônimos ou antônimos.    escolha entre séries sinonímicas é, às vezes, regional. (Exemplo: pandorga, papagaio, pipa). Quanto à homonímia, pode ocorrer coincidência fônica e/ou gráfica. A coincidência de grafemas e fonemas pode decorrer de convergência de formas (Exemplo: são). Ou de existência coincidente do mesmo vocábulo em línguas diferentes (Exemplo: manga). Cumpre distinguir homonímia de polissemia, o que nem sempre é fácil. 


A distinção pode ser:


      Descritiva  considerando ser a palavra um feixe de semas, se entre duas palavras com a mesma forma, houver um sema comum, diz-se ser um caso de polissemia (Exemplo: coroa adorno para a cabeça ou trabalho dentário). Em caso contrário, será homonímia (Exemplo: pena sofrimento ou revestimento do corpo das aves).

Diacrônica  se as palavras provém do mesmo léxico, diz-se ocorrer um caso de polissemia;(Exemplo: cabo acidente geográfico e fim de alguma coisa) No contrário, ocorrerá um caso de convergência de formas (Exemplo: canto verbo cantar e ângulo).

As relações hiponímicas provém do fato de um termo ser mais abrangente que outro: (Exemplo: flor > rosa, orquídea etc )

Um grande número de palavras aceita polissemia. Escapam os termos técnicos, palavras muito raras e palavras muito longas.

O deslizar de sentido ocorre por muitas causas:

Interpretações analógicas (Exemplo: mamão).

Transferência do adjetivo ao substantivo (Exemplo: pêssego, burro).

Adaptação de palavras estrangeiras (Exemplo: forró).

Na evolução semântica, as palavras ganham conotação pejorativa (tratante ), ou valorativa (ministro); ampliam o significado (trabalho),ou restringem (anjo).

As siglas são outra fonte do léxico, dando até palavras derivadas (CLT ( celetista).


   Há que considerar os eufemismos e os tabus linguísticos (mal dos peitos, doença ruim, malino > maligno etc ).

Fontes de renovação do léxico em suas acepções, são as gírias (falares grupais ) aí incluídos os jargões profissionais. (chutar, no sentido de mentir; o doente fez uma hipoglicemia).

O signo linguístico quebra a convencionalidade no caso da derivação (que se prende à semântica gramatical) e no caso das onomatopéias (sibilar). Há estudiosos defendendo a idéia de que, originalmente seria tudo onomatopéia.

Enfim, o sentido das palavras não é transcendental nem produzido pelo contexto; é a resultante de contextos já produzidos. A relação entre significante e significado é flutuante, está sempre em aberto. Disso resultam os problemas lexicográficos. Mesmo aqui, usamos termos como palavra, vocábulo e outros sobre cujas acepções divergem os estudiosos, muito embora o seu fundo comum, do qual temos, inclusive os leigos, um conhecimento intuitivo. 


Semântica – Estudo Linguístico

Em sentido largo, pode-se entender semântica como um ramo dos estudos linguísticos que se ocupa dos significados produzidos pelas diversas formas de uma língua. Dentro dessa definição ampla, pertence ao domínio da semântica tanto a preocupação com determinar o significado dos elementos constituintes das palavras (prefixo, radical, sufixo) como o das palavras no seu todo e ainda o de frases inteiras.

Diz-se, por exemplo, que o verbo haver é sinônimo de existir numa frase como Há flores sem perfume. Isso quer dizer que seus significados se equivalem.

Pode-se também dizer que uma frase passiva como A praça foi ocupada pelos peregrinos. é semanticamente equivalente à sua correspondente na voz ativa Peregrinos ocuparam a praça.

Dentre os conceitos de semântica indispensáveis para qualquer vestibular, relacionam-se os seguintes:

Sinônimos: formas linguísticas que apresentam o mesmo significado (coragem/destemor; rápido/ligeiro/lépido).

Antônimos: formas linguísticas de significado oposto (progredir x regredir; bom x mau).

Polissemia: propriedade que a mesma palavra tem de assumir significados diferentes.

Luísa bate a porta. (fechar)
Antônio bate o carro no poste. (trombar)
O sino bate três vezes. (soar)
O coração bate rápido. (pulsar)

Obs.: o significado específico assumido pela palavra dentro do contexto linguístico em que ela aparece é denominado significação contextual.

Ambiguidade: possibilidade de interpretar de maneiras diferentes a mesma palavra ou frase.

Ministro falará da crise no Canal 17.

Nessa frase, usada em questão do vestibular da FGV/SP, não é possível saber se a expressão no Canal 17 se refere a falará (falará no Canal 17, sobre uma crise que a frase não especifica) ou a crise (crise no Canal 17, sobre a qual o ministro falará num lugar não mencionado pela frase).

Para resolver a ambiguidade, optando pela primeira interpretação, basta mudar a ordem dos termos na frase:

No Canal 17, ministro falará da crise.

Optando pela segunda interpretação, a melhor solução é deixar clara a relação entre os termos, lançando mão de outro recurso diferente da mudança de posição das palavras, como, por exemplo:

Ministro falará da crise que atinge o Canal 17.

Denotação: conceito ou significado que uma palavra evoca. Os dicionários trazem dominantemente o significado denotativo das palavras (descrevem conceitos associados a elas).

Conotação: conjunto de valores, impressões ou reações psíquicas que se superpõem a uma palavra. Palavras com praticamente a mesma denotação possuem conotações nitidamente diversas. É o caso de amante, amásia, companheira, amigada, concubina. As impressões que cada um desses termos provoca são francamente diferentes, embora a denotação (o conceito a que o termo se refere) não varie. É nesse sentido que se diz que não existem sinônimos perfeitos, pois se o são no nível da denotação, raramente ocorre o mesmo no nível da conotação.


Sentido literal: significado usual de uma palavra; sentido próprio. Exemplo: Abelhas produzem mel.

Sentido figurado: significado não usual de uma palavra, decorrente de associações com outros significados. Exemplo: Iracema, a virgem dos lábios de mel.



Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br/portaldalinguagem.com.br/www.brazilianporugues.com


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