A PROSA
A Prosa é o texto no estilo natural, sem a
sujeição à rima, ritmo, parágrafos, estrutura métrica, aliterações ou número de
sílabas. A principal diferença entre a poesia é a musicalidade.
A prosa é o estilo
mais utilizado na linguagem do cotidiano para expressar o pensamento racional
porque a linguagem predominantemente está no discurso analítico, objetivo, real
e pouco ambíguo. É, em resumo, o texto corrido.
O conto, a
crônica, a novela e o romance são exemplos de texto em prosa. Em geral, a prosa
apresenta análise, narração e linguagem discorrida de maneira contínua. Também
são exemplos o texto jornalístico e técnico.
O termo prosa é usado para designar um texto em que o autor
oferece ao leitor a ambientação do personagem e deu mundo dentro de um espaço
físico e temporal.
Pode ser dividida entre prosa literária da não-literária.
Nesse estilo são reconhecidas diferentes formas, como a narrativa, a oratória,
a poética, a ensaística e o texto científico. Também são reconhecidas as formas
dramática, informativa e epistolar.
Prosa Poética
A principal característica da prosa poética está na dinâmica
extensiva do texto, em geral, com imagens invocadas. Segue um processo
semelhante ao encontrado no romance ou conto.
A prosa poética recorre a figuras típicas da poesia, como a
aliteração, a metáfora, a elipse, e a sonoridade das frases.
A aplicação dos elementos, contudo, é subordinada ao
alongamento do discurso narrativo, cuja tendência é o olhar lírico sobre a
realidade.
Entre os principais exemplos de prosa poética na obra da
literatura brasileira está “Grande Sertão Veredas”, de
João Guimarães Rosa. “Lavoura Arcaica”, de Raduan Nassar, também é listado pela
Academia Brasileira de Letras como um dos exemplos mais singulares da prosa
poética.
Ambos são considerados exemplos de prosa levada ao estado de
poesia sem, porém, abrir mão da estética narrativa extensiva.
Exemplos de
Prosa
Grande Sertão Veredas
Reze o senhor por essa minha alma. O senhor acha que a vida
é tristonha? Mas ninguém não pode me impedir de rezar; pode algum? O existir da
alma é a reza... Quando estou rezando, estou fora de sujidade, à parte de toda
loucura. Ou o acordar da alma é que é?
Lavoura Arcaica
"Meu pai sempre dizia que o sofrimento melhora o homem,
desenvolvendo seu espírito e aprimorando sua sensibilidade; ele dava a entender
que quanto maior fosse a dor tanto ainda o sofrimento cumpria sua função mais
nobre; ele parecia acreditar que a resistência de um homem era
inesgotável."
Poema em Prosa
É a prosa gerada
pelo impulso poético, tendo na essência liberdade formal a atrelada à concisão.
O poema em prosa consegue desfrutar da crítica, da narração aos fatos diários e
da regularidade de expressão.
A característica
marcante está na brevidade e, ainda, na exceção à quebra de versos e no uso das
mesmas figuras de linguagem comuns
à poesia.
Embora se utilize
dos recursos da poesia, se afasta da prosa poética por apresentar ritmo,
harmonia e dissonâncias em todo o tempo. No recurso da brevidade, o poema em
prosa marca pelo uso frequente de elipses e cortes bruscos.
Exemplo
Illuminations, de Arthur Rimbaud
Marotos muito
sólidos. Vários exploraram vossos mundos. Sem necessidade, e sem pressa de
aplicar suas brilhantes faculdades e seus conhecimentos de vossas consciências.
Que homens maduros! Seus olhos embotados deverão ser como as noites de verão,
negros e vermelhos, de três cores, de aço picotado por estrelas de ouro; fácies
disformes, de estanho, lívidas, incendidas; grosseiras galhofas! O avanço cruel
dos ouropéis! – Há alguns jovens – que achariam de Cherubino? – dotados de
vozes apavorantes e de alguns apetrechos perigosos. Costumam mandá-los se virar
na cidade, pavoneando um luxo degradante.
Saiba mais:
A prosa, que
ocorre sempre em tempos passados, tem como principais características a divisão
de parágrafos bem marcada, a objetividade, que pode ser seguida de
subjetividades. Além disso, a realidade é tema constante em seus escritos,
utilizando, quase sempre, uma linha do tempo como embasamento para o texto, na
qual interessam o mundo, como e quando as coisas acontecem, maiores descrições
e detalhes acerca do assunto tratado.
Possui duas significações: pode ser a maneira que um texto é
escrito, isto é, o gênero em qual ele se adequa, e neste caso recebe o nome de
prosa; ou diz respeito ao seu conteúdo, ao tema a ser tratado em determinada
obra. Quando tem a ver com o primeiro sentindo, vai ser oposta a verso; já
relacionado ao segundo, é contrária a poesia. Vale lembrar que essas
contraposições referem-se à forma. Enfim, estruturalmente existem dois tipos de
texto: poesia e prosa.
Outra maneira que a prosa pode ser caracterizada é a partir
das nomenclaturas contínua e descontínua. Esta última é apresentada em forma de
verso, porém não tem sentido poético; é direta. No parnasianismo, repleto
de descritivismo,
encontra-se muitos poemas – na carcaça –, sem poesia – no intuito e sentimento.
Enquanto a maneira contínua utiliza todos os espaços de uma folha de papel,
contendo todo o objetivismo característico da prosa. Não se preocupa
com a forma, baseia-se num texto contínuo, como o próprio nome já diz.
Além dessas
duas opções em que a prosa pode ser classificada, ela ainda é dividida em conto, romance e
novela. O primeiro subgênero possui uma narração breve, com poucas personagens
e normalmente com um único conflito, sem maiores prolongamentos. O segundo tem
um tema principal, que vai ser o conflito da história, com ramificações acerca
de outros assuntos mais coadjuvantes. Sendo que se utiliza determinada época
como pano de fundo para os embates em questão, além de questionamentos
filosóficos. E por fim a novela, que se mantém no meio do conto e do romance em
relação ao tamanho, e sua peculiaridade é quanto à marcação no decorrer do
texto, causando a impressão de uma divisão por capítulos.
Porém, existe,
também, a prosa poética, que nada mais é do que um texto escrito como
prosa, mas funcionando como poesia, através da sensibilidade transmitida. O
princípio dessa maneira de escrever, historicamente, é ligado ao simbolismo da
França. No Brasil, também associa-se aos simbolistas, em especial ao poeta
catarinense Cruz e Souza. Foi a partir do século XX que muitos outros poetas
brasileiros seguiram a prosa poética como estilo.
Diferença entre Prosa e poesia
A prosa e o verso são duas formas de se fazer um texto
literário e ambos buscam expressar conteúdo, às vezes instigar a imaginação
entre outras finalidades. No entanto, existem diferenças entre os dois, que vão
além dos versos e do texto corrido.
É aprendido que a prosa é um texto corrido e contínuo, e a
poesia é feita em versos e com rima, sendo que a diferença é mais complexa e
está mais ligada ao seu objetivo e expressão.
A prosa é o gênero em que se foca mais em questões lógicas e
racionais, é a captação do não eu, ou seja, a prosa trata de assuntos de
questões sociais, emoções de outras pessoas ou simplesmente retrata objetos.
É predominante na prosa o uso das linguagens narrativa e
descritiva, e fixa em aspectos visíveis. Há ênfase na denotação, ou seja, as
palavras possuem sentido literal.
O texto em prosa não deve ser necessariamente corrido e
contínuo. Apesar de se enquadrar melhor nessa forma, pode-se fazer prosa em
linhas descontínuas, caso o tema esteja relacionado a alguma questão racional,
externa e não ligada ao eu.
A poesia é o gênero que trata de questões emocionais,
internas; o sujeito volta-se para si mesmo e são abordados temas como aflições,
paixões, conflitos internos, depressão, perda etc.
Sua linguagem não precisa ser narrativa nem descritiva, ela
se fixa em aspectos invisíveis, podendo às vezes ser um pouco desconexa e
aberta a várias interpretações.
A poesia tem ênfase na conotação, ou seja, as palavras estão
no sentido figurado. Pode-se usar e abusar das figuras de linguagem. O
importante é se expressar.
O texto em poesia se enquadra melhor em versos e forma
descontínua, pode–se distribuir os versos de diferentes formas na folha de
papel, sem parágrafo etc. Também existem poemas de estrutura determinada, como
os sonetos.
Segunda Geração Modernista
A prosa, por sua vez, alargava a
sua área de interesse ao incluir preocupações novas de ordem
política, social, econômica, humana e espiritual. A piada foi sucedida pela
gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Essa geração
foi grave, assumindo uma postura séria em relação ao mundo, por cujas dores,
considerava-se responsável. Também caracterizou o romance dessa época, o
encontro do autor com seu povo, havendo uma busca do homem brasileiro em
diversas regiões, tornando o regionalismo importante. A Bagaceira,
de José Américo de Almeida, foi o primeiro romance nordestino. Rachel de
Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Érico Verissimo, Graciliano Ramos e
outros escritores criaram um estilo novo, completamente moderno, totalmente
liberto da linguagem tradicional, nos quais puderam incorporar a real linguagem
regional, as gírias locais. O humor quase piadístico de Drummond receberia
influências de Mário e Oswald de Andrade. Vinícius, Cecília, Jorge de Lima e
Murilo Mendes apresentaram certo espiritualismo que vinha do livro de
Mário Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917).
Segunda Geração Modernista (POESIA)
Estendendo-se de 1930 a 1945,
a segunda fase foi rica na produção poética e, também, na prosa. O universo
temático amplia-se com a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no
estar-no-mundo. Ao contrário da sua antecessora, foi construtiva.
Não sendo uma sucessão brusca, as poesias das gerações de 22 e 30 foram
contemporâneas. A maioria dos poetas de 30 absorveram experiências de 22, como
a liberdade temática, o gosto da expressão atualizada ou inventiva, o verso
livre e o antiacademicismo. Portanto, ela não precisou ser tão combativa
quanto a de 22, devido ao encontro de uma linguagem poética modernista já
estruturada. Passara, então, a aprimorá-la, prosseguindo a tarefa de purificação
de meios e formas direcionando e ampliando a temática da inquietação filosófica
e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Murilo Mendes, Carlos
Drummond de Andrade.
Principais Autores da Prosa
Rachel de Queiroz
Rachel de Queiroz nasceu em 1910 e foi a primeira mulher
eleita para a ABL (em 1977). Poetisa, cronista e teatróloga, sobressaiu-se como
romancista e regionalista. Rachel de Queiroz tem em sua ficção a preocupação de
mostrar tanto os problemas sócio-políticos do NE do Brasil como também fazer
análises psicológicas.
Principais obras:
''O Quinze''
''Caminhos de Pedra''
''Três Marias''
''Memorial de Maria Moura.''
''Caminhos de Pedra''
''Três Marias''
''Memorial de Maria Moura.''
Jorge Amado
Jorge Amado nasceu em uma fazenda de cacau em Itabuna,
Bahia, em 1912. Cursou o primário em Ilhéus (com uma professora particular que
se tornou personagem de Gabriela Cravo e Canela) e fez o secundário em um
internato. Nessa época começou a ler autores ingleses e portugueses. Fugiu para
a casa do avô no Sergipe e em 1927 matriculou-se num externato, onde ligou-se a
Academia dos Rebeldes, grupo de jovens escritores contrários ao Modernismo.
Apesar disso, Jorge Amado é considerado modernista da segunda geração.
Trabalhou em jornais e editoras, tendo fugido do Brasil por perseguições
políticas em 1935 e, após eleito deputado federal em 1945, teve seu mandato
cassado em 1948 quando o PCB foi posto na ilegalidade. Deixou o país e viajou
pelo mundo, recebendo um prêmio na união Soviética em 1951. Em 1961
foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.
Principais obras:
O País do Carnaval, romance (1930)
Cacau, romance (1933)
Suor, romance (1934)
Jubiabá, romance (1935)
Mar morto, romance (1936)
Capitães da areia, romance (1937)
A estrada do mar, poesia (1938)
ABC de Castro Alves, biografia (1941)
O cavaleiro da esperança, biografia (1942)
Terras do Sem-Fim, romance (1943)
São Jorge dos Ilhéus, romance (1944)
Bahia de Todos os Santos, guia (1945)
Seara vermelha, romance (1946)
O amor do soldado, teatro (1947)
O mundo da paz, viagens (1951)
Os subterrâneos da liberdade, romance (1954)
Gabriela, cravo e canela, romance (1958)
A morte e a morte de Quincas Berro d'Água, romance (1961)
Os velhos marinheiros ou o capitão de longo curso,
romance (1961)
Os pastores da noite, romance (1964)
O Compadre de Ogum, romance (1964)
Dona Flor e Seus Dois Maridos, romance (1966)
Tenda dos milagres, romance (1969)
Teresa Batista cansada de guerra, romance (1972)
O gato Malhado e a andorinha Sinhá, historieta
infanto-juvenil (1976)
Tieta do Agreste, romance (1977)
Farda, fardão, camisola de dormir, romance (1979)
Do recente milagre dos pássaros, contos (1979)
O menino grapiúna, memórias (1982)
A bola e o goleiro, literatura infantil (1984)
Tocaia grande, romance (1984)
O sumiço da santa, romance (1988)
Navegação de cabotagem, memórias (1992)
A descoberta da América pelos turcos, romance (1994)
Hora da Guerra, crônicas (2008)
O milagre dos pássaros , fábula (1997)
José Lins do Rego
José Lins do Rego Cavalcanti nasceu em 1901, no Estado da
Paraíba, e morreu em 1957 na cidade do Rio de Janeiro.Viveu a maior parte
de sua vida em Recife, cidade onde se formou em Direito. A partir de 1936,
passou a viver na cidade do Rio de Janeiro.O dia a dia e os costumes tanto de
Pernambuco quanto do Rio de Janeiro eram evidentes em suas obras literárias.
Ele deu início ao conhecido Ciclo da Cana-de-Açúcar com a
obra: Menino de Engenho. Além deste livro, este notável escritor escreveu
outros livros, como: Doidinho, Banguê, O Moleque Ricardo e Usina. Este último
possui narrativa descritiva do meio de vida nos engenhos e nas plantações
de cana-de-açúcar do Nordeste.
Em sua segunda fase, José Lins do Rego escreveu romances que
tinham como tema a vida rural. Deste período, fazem parte as seguintes obras:
Pureza, Pedra Bonita, Riacho Doce e Agua Mãe.
No ano de 1943 publicou o livro Fogo Morto, considerado a
sua obra-prima; posteriormente escreveu Euridice, Cangaceiros, alguns ensaios,
crônicas e outras obras.
Este notável escritor foi eleito membro da Academia
Brasileira de Letras e teve suas obras traduzidas para diferentes idiomas,
entre eles, o russo. Antes de morrer, escreveu um livro de memórias chamado:
Meus Verdes Anos.
Principais obras:
Menino de engenho (1932)
Doidinho (1933)
Bangüê (1934)
O Moleque Ricardo (1935)
Usina (1936)
Pureza (1937)
Pedra bonita (1938)
Riacho doce (1939)
Fogo morto (1943)
Eurídice (1947)
Cangaceiros (1953)
Gordos e magros (1942)
Poesia e vida (1945)
Homens, seres e coisas (1952)
A casa e o homem (1954)
Meus verdes anos (1956)
O vulcão e a fonte (1958)
Dias idos e vividos (1981)
Érico Verissimo
Nasceu cm Cruz Alta, Rio Grande do Sul, em 17 de dezembro de
1905. Filho de família abastada que se arruinou economicamente,
acabou trabalhando de farmacêutico, e na Livraria do Globo até que em
1931 transferiu-se em definitivo para Porto Alegre, onde se tornou diretor da
Revista do Globo.
O fim de seu anonimato veio com a publicação de Olhai os
Lírios do Campo. Seu primeiro conto publicado tinha forte inclinação
regionalista e chamava-se Ladrão de Gado. Alcançou o topo de sua carreira de
escritor com O Tempo e o Vento, que conta a formação social do Rio
Grande do Sul, verdadeiro monumento literário. Projetou-se no país e no
exterior e conseguiu o difícil feito de profissionalizar-se como escritor,
situação alcançada por muito poucos em língua portuguesa.
Sentindo-se sufocado pelo Estado Novo, aceitou em 1943 um
cargo como professor universitário em Berkley, nos EUA, mesmo não tendo
concluído oficialmente o segundo grau. Durante a sua vida viajou muito,
sobretudo nos anos 50, quando teve um cargo na União Pan-Americana.
Infelizmente não chegou a completar o segundo volume de sua
autobiografia, Solo de Clarineta, que seria uma trilogia, faleceu em 28 de
novembro de 1975, em Porto Alegre.
Principais obras:
Clarissa(1933);
Caminhos cruzados(1935);
Música ao longe(1935);
Um lugar ao sol(1936);
Olhai os lírios do campo(1938);
Saga(1940);
O resto é silêncio(1942);
O tempo e o vento:
I - O continente(1948), II - O retrato(1951), III - O
arquipélago(1961);
O senhor embaixador(1965);
O prisioneiro(1967);
Incidente em Antares(1971).
Graciliano Ramos
Graciliano Ramos nasceu em Quebrângulo (AL), em 1892. Um dos
15 filhos de uma família de classe média do sertão nordestino, passou parte da
infância em Buíque (PE) e outra em Viçosa (AL). Fez estudos secundários em
Maceió, mas não cursou faculdade. Em 1910, sua família se estabelece em
Palmeira dos Índios (AL).
Em 1914, após breve estada no Rio de
Janeiro,trabalhando como revisor, retorna à cidade natal, depois da morte
de três irmãos, vitimados pela peste bubônica. Passa a fazer jornalismo e
política em Palmeira dos Índios, chegando a ser prefeito da cidade (1928-30).
Em 1925, começa a escrever seu primeiro romance, Caetés -
que viria a ser publicado em 1933. Muda-se para Maceió em 1930, e dirige a
Imprensa e Instrução do Estado. Logo viriam "São Bernardo" (1934)
e "Angústia" (1936, ano em que foi preso pelo regime
Vargas, sob a acusação de subversão).
Memórias do Cárcere (1953) é um contundente relato da
experiência na prisão. Após ser solto, em 1937, Graciliano transfere-se para o
Rio de Janeiro, onde continua a publicar não só romances, mas contos e livros
infantis. Vidas Secas é de 1938.
Em 1945, ingressa no Partido Comunista Brasileiro. Sua
viagem para a Rússia e outros países do bloco socialista é relatada em Viagem,
publicado em 1953, ano de sua morte.
Principais obras:
São Bernardo (1934)
Vidas Secas (1938)
Angústia (1936)
Vinicius de Moraes
Marcus Vinicius da Cruz Mello Moraes nasceu em 19 de outubro
de 1913, no Rio de Janeiro. Atraído pela música desde cedo, Vinícius de Moraes
teve seu primeiro poema musical publicado na revista A Ordem, em 1932. Morreu
também no Rio de Janeiro, a 9 de julho de 1980. Os primeiros passos de sua
carreira estão ainda sob influências neo- simbolistas, contendo certo
misticismo. Porém, logo modificou seu estilo para o erotismo, em contraste à
suas obras de tom bíblicas anteriores. Nesta segunda fase, Vinícius de Moraes é
caracterizado por inovações na ordem formal, a mais notável destas seria o
aparecimento dos sonetos. Revela também, nesta segunda fase, uma valorização
para o momento, com as coisas acontecendo de repente. Seus poemas trabalharam
também com a felicidade e/ou a infelicidade muitas vezes, também. O autor
procurou também escrever algumas poesias no ramo social. Fez também
importante colaboração para a música nacional, cantando no estilo bossa nova.
Principais obras:
O Caminho para a Distância
Forma e Exegese
Ariana, a Mulher
Novos Poemas
Cinco Elegias
Poemas, Sonetos e baladas
Pátria Minha
Livro de Sonetos
O Mergulhador
A Arca de Noé
Jorge de Lima
Jorge Mateus de Lima nasceu em União dos Palmares, AL, 1895
e morreu no Rio de Janeiro em 1953. No país em que p. Antônio Vieira elaborou
inúmeros de seus memoráveis ‘Sermões’, já disseram que esse poeta do século XX
foi o maior escritor barroco nacional; outro crítico o denominou de o maior
poeta brasileiro de todos os tempos; um ficcionista de renome disse ter
testemunhado uma confidência segundo a qual o autor do ‘Livro de
Sonetos’ganharia, em breve, o Prêmio Nobel, se não tivesse morrido.
Jorge de Lima suscita paixões inflamadas em quem quer que se aproxime de sua
obra com a atenção necessária. Tendo ficado famoso logo após o Modernismo com
poemas que seguiam o programa do movimento, ele logo se distinguiu por criar
uma obra de grandeza incomparável. ‘Invenção de Orfeu’, sua obra monumental, é
um poema cosmogônico de estrutura sinfônica, no qual, através de um emaranhado
de poemas a um só tempo independentes e, de certa forma, interligados, o
demiurgo flagra o momento preciso em que o caos originário quer se manifestar
em qualquer ordem possível. Se Platão ensinou que poesia é a passagem do
não-ser ao ser, de tal forma que o originário continue se manifestando na
superfície, Jorge de Lima é o poeta por excelência, o poeta dos poetas, o poeta
dos pensadores.
Principais obras:
XIV Alexandrinos (1914)
O Mundo do Menino Impossível (1925)
Poemas (1927)
Essa Negra Fulô (1928)
Novos Poemas (1929)
O Anjo (1934)
Calunga (1935)
Tempo e Eternidade (1935)
A Túnica Inconsútil (1938)
A Anunciação e Encontro em Mira-Celi (1940)
Livro de Sonetos (1949)
Invenção de Orfeu (1952)
Poesia Completa (1998)
Murilo Mendes
Murilo Monteiro Mendes nasceu em 1901, em Juiz
de Fora, Minas Gerais. Iniciou os estudos em sua terra natal e depois no
Colégio Salesiano, em Niterói. Depois de formado exerceu diversas atividades
profissionais, como dentista, telegrafista, auxiliar de guarda-livros, notário
e Inspetor Federal de Ensino.
Quando rapaz, por não conseguir se encaixar na escola ou no
trabalho, foi morar com seu irmão mais velho no Rio de Janeiro. Onde acabou
firmando-se como escrivão.
Sob a influência de Belmiro Braga, mestre e vizinho iniciou
nas letras e passou a participar, eventualmente, de publicações modernistas
como, “Terra Roxa e Outras Terras” e “Antropofagia onde, aos 24 anos publicou o
poema Mapa.
Em 1930, publicou “Poemas”, seu primeiro livro, sempre
negando ser filiado de algum movimento específico, nem mesmo do Modernismo, até
que em 1934 converteu-se ao Catolicismo e, com Jorge de Lima, dedicou-se à
poesia religiosa, mística, num movimento de "restauração da poesia em
Cristo".
De 1953 a 1955 percorreu diversos países da Europa,
divulgando, em conferências, a cultura brasileira. Em 1957, se estabeleceu em
Roma, onde lecionou Literatura Brasileira. Faleceu, em Portugal, em 1975.
Principais obras:
Poemas (1930)
História do Brasil (1932)
Tempo e Eternidade. Colaboração de Jorge de Lima (1935)
O Sinal de Deus (1936)
A Poesia em Pânico (1936)
O Visionário (1941)
As Metamorfoses (1944)
O Discípulo de Emaús (1945; 1946)
Mundo Enigma (1945)
Poesia Liberdade (1947)
Janela do Caos (1949)
Contemplação de Ouro Preto (1954)
Poesias (1925-1955).
Tempo Espanhol (1959)
A Idade do Serrote (memórias) (1968)
Convergência (1970)
Poliedro (1972)
Retratos-relâmpago (1973
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 —
Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, contista e cronista
brasileiro.
Nasceu em Minas Gerais, em Itabira. Depois, foi estudar em
Belo Horizonte e Nova Friburgo. Em Belo Horizonte, começou a carreira de
escritor como colaborador do Diário de Minas, que juntava os primeiros
modernistas mineiros. Pela insistência da família, formou-se em farmácia na
cidade de Ouro Preto, em 1925 profissão pela qual demonstrou pouco interesse.
Com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A
Revista" que foi importante para divulgar o modernismo em Minas e no
Brasil
Começou a escrever cedo como, poesia, livros infantis,
contos e crônicas, mas durante a maior parte da vida foi funcionário público,
no Rio de Janeiro, onde foi morar.
Várias obras de Drummond foram traduzidas para o espanhol,
inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas.
Em agosto de 1987 morreu a sua única filha, a cronista
Julieta. Doze dias depois, o poeta faleceu. Tinha publicado vários livros de
poesia e obras em prosa - principalmente crônica. Em vida, já era consagrado
como o maior poeta brasileiro de todos os tempos.
O nome de Drummond está associado ao que se fez de melhor na
poesia brasileira, pela grandiosidade e pela qualidade .
Principais obras:
Alguma Poesia (1930)
Brejo das Almas (1934)
Sentimento do Mundo (1940)
José (1942)
A Rosa do Povo (1945)
Claro Enigma (1951)
Fazendeiro do ar (1954)
Quadrilha (1954)
Viola de Bolso (1955)
Lição de Coisas (1964)
Boitempo (1968)
A falta que ama (1968)
Nudez (1968)
As Impurezas do Branco (1973)
Menino Antigo (Boitempo II) (1973)
A Visita (1977)
Discurso de Primavera (1977)
Algumas Sombras (1977)
O marginal clorindo gato (1978)
Esquecer para Lembrar (Boitempo III) (1979)
A Paixão Medida (1980)
Caso do Vestido (1983)
Corpo (1984)
Amar se aprende amando (1985)
Poesia Errante (1988)
O Amor Natural (1992)
Farewell (1996)
Os ombros suportam o mundo
Futebol a arte (1970)
Brejo das Almas (1934)
Sentimento do Mundo (1940)
José (1942)
A Rosa do Povo (1945)
Claro Enigma (1951)
Fazendeiro do ar (1954)
Quadrilha (1954)
Viola de Bolso (1955)
Lição de Coisas (1964)
Boitempo (1968)
A falta que ama (1968)
Nudez (1968)
As Impurezas do Branco (1973)
Menino Antigo (Boitempo II) (1973)
A Visita (1977)
Discurso de Primavera (1977)
Algumas Sombras (1977)
O marginal clorindo gato (1978)
Esquecer para Lembrar (Boitempo III) (1979)
A Paixão Medida (1980)
Caso do Vestido (1983)
Corpo (1984)
Amar se aprende amando (1985)
Poesia Errante (1988)
O Amor Natural (1992)
Farewell (1996)
Os ombros suportam o mundo
Futebol a arte (1970)
Telha de Vidro
Quando a moça da cidade chegou
veio morar na fazenda,
na casa velha...
Tão velha!
Quem fez aquela casa foi o bisavô...
Deram-lhe para dormir a camarinha,
uma alcova sem luzes, tão escura!
mergulhada na tristura
de sua treva e de sua única portinha...
veio morar na fazenda,
na casa velha...
Tão velha!
Quem fez aquela casa foi o bisavô...
Deram-lhe para dormir a camarinha,
uma alcova sem luzes, tão escura!
mergulhada na tristura
de sua treva e de sua única portinha...
A moça não disse nada,
mas mandou buscar na cidade
uma telha de vidro...
Queria que ficasse iluminada
sua camarinha sem claridade...
mas mandou buscar na cidade
uma telha de vidro...
Queria que ficasse iluminada
sua camarinha sem claridade...
Agora,
o quarto onde ela mora
é o quarto mais alegre da fazenda,
tão claro que, ao meio dia, aparece uma
renda de arabesco de sol nos ladrilhos
vermelhos,
que — coitados — tão velhos
só hoje é que conhecem a luz doa dia...
A luz branca e fria
também se mete às vezes pelo clarão
da telha milagrosa...
Ou alguma estrela audaciosa
careteia
no espelho onde a moça se penteia.
o quarto onde ela mora
é o quarto mais alegre da fazenda,
tão claro que, ao meio dia, aparece uma
renda de arabesco de sol nos ladrilhos
vermelhos,
que — coitados — tão velhos
só hoje é que conhecem a luz doa dia...
A luz branca e fria
também se mete às vezes pelo clarão
da telha milagrosa...
Ou alguma estrela audaciosa
careteia
no espelho onde a moça se penteia.
Que linda camarinha! Era tão feia!
— Você me disse um dia
que sua vida era toda escuridão
cinzenta,
fria,
sem um luar, sem um clarão...
Por que você na experimenta?
A moça foi tão vem sucedida...
Ponha uma telha de vidro em sua vida!
— Você me disse um dia
que sua vida era toda escuridão
cinzenta,
fria,
sem um luar, sem um clarão...
Por que você na experimenta?
A moça foi tão vem sucedida...
Ponha uma telha de vidro em sua vida!
Bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prosa
http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/1357485
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prosa
http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/1357485
https://www.todamateria.com.br/prosa/
www.colegioweb.com.br/modernismo-segunda-fase/rachel-de-queiroz.html
http://2geracaomodernista.blogspot.com.br/
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