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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

A PROSA - Diferença entre Prosa e Poesia, Segunda Geração Modernista em Poesia e Prosa, Principais Autores e Obras.

A PROSA 

      A Prosa é o texto no estilo natural, sem a sujeição à rima, ritmo, parágrafos, estrutura métrica, aliterações ou número de sílabas. A principal diferença entre a poesia é a musicalidade.
   A prosa é o estilo mais utilizado na linguagem do cotidiano para expressar o pensamento racional porque a linguagem predominantemente está no discurso analítico, objetivo, real e pouco ambíguo. É, em resumo, o texto corrido.
     O conto, a crônica, a novela e o romance são exemplos de texto em prosa. Em geral, a prosa apresenta análise, narração e linguagem discorrida de maneira contínua. Também são exemplos o texto jornalístico e técnico.
O termo prosa é usado para designar um texto em que o autor oferece ao leitor a ambientação do personagem e deu mundo dentro de um espaço físico e temporal.
Pode ser dividida entre prosa literária da não-literária. Nesse estilo são reconhecidas diferentes formas, como a narrativa, a oratória, a poética, a ensaística e o texto científico. Também são reconhecidas as formas dramática, informativa e epistolar.

Prosa Poética

    A principal característica da prosa poética está na dinâmica extensiva do texto, em geral, com imagens invocadas. Segue um processo semelhante ao encontrado no romance ou conto.
A prosa poética recorre a figuras típicas da poesia, como a aliteração, a metáfora, a elipse, e a sonoridade das frases.
A aplicação dos elementos, contudo, é subordinada ao alongamento do discurso narrativo, cuja tendência é o olhar lírico sobre a realidade.
Entre os principais exemplos de prosa poética na obra da literatura brasileira está “Grande Sertão Veredas”, de João Guimarães Rosa. “Lavoura Arcaica”, de Raduan Nassar, também é listado pela Academia Brasileira de Letras como um dos exemplos mais singulares da prosa poética.
Ambos são considerados exemplos de prosa levada ao estado de poesia sem, porém, abrir mão da estética narrativa extensiva.

Exemplos de Prosa
Grande Sertão Veredas

Reze o senhor por essa minha alma. O senhor acha que a vida é tristonha? Mas ninguém não pode me impedir de rezar; pode algum? O existir da alma é a reza... Quando estou rezando, estou fora de sujidade, à parte de toda loucura. Ou o acordar da alma é que é?
Lavoura Arcaica

"Meu pai sempre dizia que o sofrimento melhora o homem, desenvolvendo seu espírito e aprimorando sua sensibilidade; ele dava a entender que quanto maior fosse a dor tanto ainda o sofrimento cumpria sua função mais nobre; ele parecia acreditar que a resistência de um homem era inesgotável."
Poema em Prosa

    É a prosa gerada pelo impulso poético, tendo na essência liberdade formal a atrelada à concisão. O poema em prosa consegue desfrutar da crítica, da narração aos fatos diários e da regularidade de expressão.
   A característica marcante está na brevidade e, ainda, na exceção à quebra de versos e no uso das mesmas figuras de linguagem comuns à poesia.
  Embora se utilize dos recursos da poesia, se afasta da prosa poética por apresentar ritmo, harmonia e dissonâncias em todo o tempo. No recurso da brevidade, o poema em prosa marca pelo uso frequente de elipses e cortes bruscos.

Exemplo
Illuminations, de Arthur Rimbaud

     Marotos muito sólidos. Vários exploraram vossos mundos. Sem necessidade, e sem pressa de aplicar suas brilhantes faculdades e seus conhecimentos de vossas consciências. Que homens maduros! Seus olhos embotados deverão ser como as noites de verão, negros e vermelhos, de três cores, de aço picotado por estrelas de ouro; fácies disformes, de estanho, lívidas, incendidas; grosseiras galhofas! O avanço cruel dos ouropéis! – Há alguns jovens – que achariam de Cherubino? – dotados de vozes apavorantes e de alguns apetrechos perigosos. Costumam mandá-los se virar na cidade, pavoneando um luxo degradante.


Saiba mais:
A prosa, que ocorre sempre em tempos passados, tem como principais características a divisão de parágrafos bem marcada, a objetividade, que pode ser seguida de subjetividades. Além disso, a realidade é tema constante em seus escritos, utilizando, quase sempre, uma linha do tempo como embasamento para o texto, na qual interessam o mundo, como e quando as coisas acontecem, maiores descrições e detalhes acerca do assunto tratado.
Possui duas significações: pode ser a maneira que um texto é escrito, isto é, o gênero em qual ele se adequa, e neste caso recebe o nome de prosa; ou diz respeito ao seu conteúdo, ao tema a ser tratado em determinada obra. Quando tem a ver com o primeiro sentindo, vai ser oposta a verso; já relacionado ao segundo, é contrária a poesia. Vale lembrar que essas contraposições referem-se à forma. Enfim, estruturalmente existem dois tipos de texto: poesia e prosa.
Outra maneira que a prosa pode ser caracterizada é a partir das nomenclaturas contínua e descontínua. Esta última é apresentada em forma de verso, porém não tem sentido poético; é direta. No parnasianismo, repleto de descritivismo, encontra-se muitos poemas – na carcaça –, sem poesia – no intuito e sentimento. Enquanto a maneira contínua utiliza todos os espaços de uma folha de papel, contendo todo o objetivismo característico da prosa. Não se preocupa com a forma, baseia-se num texto contínuo, como o próprio nome já diz.
       Além dessas duas opções em que a prosa pode ser classificada, ela ainda é dividida em conto, romance e novela. O primeiro subgênero possui uma narração breve, com poucas personagens e normalmente com um único conflito, sem maiores prolongamentos. O segundo tem um tema principal, que vai ser o conflito da história, com ramificações acerca de outros assuntos mais coadjuvantes. Sendo que se utiliza determinada época como pano de fundo para os embates em questão, além de questionamentos filosóficos. E por fim a novela, que se mantém no meio do conto e do romance em relação ao tamanho, e sua peculiaridade é quanto à marcação no decorrer do texto, causando a impressão de uma divisão por capítulos.
      Porém, existe, também, a prosa poética, que nada mais é do que um texto escrito como prosa, mas funcionando como poesia, através da sensibilidade transmitida. O princípio dessa maneira de escrever, historicamente, é ligado ao simbolismo da França. No Brasil, também associa-se aos simbolistas, em especial ao poeta catarinense Cruz e Souza. Foi a partir do século XX que muitos outros poetas brasileiros seguiram a prosa poética como estilo.

Diferença entre Prosa e poesia

A prosa e o verso são duas formas de se fazer um texto literário e ambos buscam expressar conteúdo, às vezes instigar a imaginação entre outras finalidades. No entanto, existem diferenças entre os dois, que vão além dos versos e do texto corrido.

É aprendido que a prosa é um texto corrido e contínuo, e a poesia é feita em versos e com rima, sendo que a diferença é mais complexa e está mais ligada ao seu objetivo e expressão.

A prosa é o gênero em que se foca mais em questões lógicas e racionais, é a captação do não eu, ou seja, a prosa trata de assuntos de questões sociais, emoções de outras pessoas ou simplesmente retrata objetos.

É predominante na prosa o uso das linguagens narrativa e descritiva, e fixa em aspectos visíveis. Há ênfase na denotação, ou seja, as palavras possuem sentido literal.

O texto em prosa não deve ser necessariamente corrido e contínuo. Apesar de se enquadrar melhor nessa forma, pode-se fazer prosa em linhas descontínuas, caso o tema esteja relacionado a alguma questão racional, externa e não ligada ao eu.

A poesia é o gênero que trata de questões emocionais, internas; o sujeito volta-se para si mesmo e são abordados temas como aflições, paixões, conflitos internos, depressão, perda etc.

Sua linguagem não precisa ser narrativa nem descritiva, ela se fixa em aspectos invisíveis, podendo às vezes ser um pouco desconexa e aberta a várias interpretações.

A poesia tem ênfase na conotação, ou seja, as palavras estão no sentido figurado. Pode-se usar e abusar das figuras de linguagem. O importante é se expressar.

O texto em poesia se enquadra melhor em versos e forma descontínua, pode–se distribuir os versos de diferentes formas na folha de papel, sem parágrafo etc. Também existem poemas de estrutura determinada, como os sonetos.

Segunda Geração Modernista

         A prosa, por sua vez, alargava a sua área de interesse ao incluir preocupações novas de ordem política, social, econômica, humana e espiritual. A piada foi sucedida pela gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Essa geração foi grave, assumindo uma postura séria em relação ao mundo, por cujas dores, considerava-se responsável. Também caracterizou o romance dessa época, o encontro do autor com seu povo, havendo uma busca do homem brasileiro em diversas regiões, tornando o regionalismo importante. A Bagaceira, de José Américo de Almeida, foi o primeiro romance nordestino. Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Érico Verissimo, Graciliano Ramos e outros escritores criaram um estilo novo, completamente moderno, totalmente liberto da linguagem tradicional, nos quais puderam incorporar a real linguagem regional, as gírias locais. O humor quase piadístico de Drummond receberia influências de Mário e Oswald de Andrade. Vinícius, Cecília, Jorge de Lima e Murilo Mendes apresentaram certo espiritualismo que vinha do livro de Mário Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917). 

Segunda Geração Modernista (POESIA)

     Estendendo-se de 1930 a 1945, a segunda fase foi rica na produção poética e, também, na prosa. O universo temático amplia-se com a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da sua antecessora, foi construtiva. Não sendo uma sucessão brusca, as poesias das gerações de 22 e 30 foram contemporâneas. A maioria dos poetas de 30 absorveram experiências de 22, como a liberdade temática, o gosto da expressão atualizada ou inventiva, o verso livre e o antiacademicismo. Portanto, ela não precisou ser tão combativa quanto a de 22, devido ao encontro de uma linguagem poética modernista já estruturada. Passara, então, a aprimorá-la, prosseguindo a tarefa de purificação de meios e formas direcionando e ampliando a temática da inquietação filosófica e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade. 

Principais Autores da Prosa

Rachel de Queiroz


Rachel de Queiroz nasceu em 1910 e foi a primeira mulher eleita para a ABL (em 1977). Poetisa, cronista e teatróloga, sobressaiu-se como romancista e regionalista. Rachel de Queiroz tem em sua ficção a preocupação de mostrar tanto os problemas sócio-políticos do NE do Brasil como também fazer análises psicológicas. 

Principais obras:

''O Quinze''
 ''Caminhos de Pedra''
 ''Três Marias''
 ''Memorial de Maria Moura.''

Jorge Amado


Jorge Amado nasceu em uma fazenda de cacau em Itabuna, Bahia, em 1912. Cursou o primário em Ilhéus (com uma professora particular que se tornou personagem de Gabriela Cravo e Canela) e fez o secundário em um internato. Nessa época começou a ler autores ingleses e portugueses. Fugiu para a casa do avô no Sergipe e em 1927 matriculou-se num externato, onde ligou-se a Academia dos Rebeldes, grupo de jovens escritores contrários ao Modernismo. Apesar disso, Jorge Amado é considerado modernista da segunda geração. Trabalhou em jornais e editoras, tendo fugido do Brasil por perseguições políticas em 1935 e, após eleito deputado federal em 1945, teve seu mandato cassado em 1948 quando o PCB foi posto na ilegalidade. Deixou o país e viajou pelo mundo, recebendo um prêmio na união Soviética em 1951. Em 1961 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

Principais obras:

O País do Carnaval, romance (1930)
Cacau, romance (1933)
Suor, romance (1934)
Jubiabá, romance (1935)
Mar morto, romance (1936)
Capitães da areia, romance (1937)
A estrada do mar, poesia (1938)
ABC de Castro Alves, biografia (1941)
O cavaleiro da esperança, biografia (1942)
Terras do Sem-Fim, romance (1943)
São Jorge dos Ilhéus, romance (1944)
Bahia de Todos os Santos, guia (1945)
Seara vermelha, romance (1946)
O amor do soldado, teatro (1947)
O mundo da paz, viagens (1951)
Os subterrâneos da liberdade, romance (1954)
Gabriela, cravo e canela, romance (1958)
A morte e a morte de Quincas Berro d'Água, romance (1961)
Os velhos marinheiros ou o capitão de longo curso, romance (1961)
Os pastores da noite, romance (1964)
O Compadre de Ogum, romance (1964)
Dona Flor e Seus Dois Maridos, romance (1966)
Tenda dos milagres, romance (1969)
Teresa Batista cansada de guerra, romance (1972)
O gato Malhado e a andorinha Sinhá, historieta infanto-juvenil (1976)
Tieta do Agreste, romance (1977)
Farda, fardão, camisola de dormir, romance (1979)
Do recente milagre dos pássaros, contos (1979)
O menino grapiúna, memórias (1982)
A bola e o goleiro, literatura infantil (1984)
Tocaia grande, romance (1984)
O sumiço da santa, romance (1988)
Navegação de cabotagem, memórias (1992)
A descoberta da América pelos turcos, romance (1994)
Hora da Guerra, crônicas (2008)
O milagre dos pássaros , fábula (1997)

José Lins do Rego

    José Lins do Rego Cavalcanti nasceu em 1901, no Estado da Paraíba, e morreu em 1957 na cidade do Rio de Janeiro.Viveu a maior parte de sua vida em Recife, cidade onde se formou em Direito. A partir de 1936, passou a viver na cidade do Rio de Janeiro.O dia a dia e os costumes tanto de Pernambuco quanto do Rio de Janeiro eram evidentes em suas obras literárias.
Ele deu início ao conhecido Ciclo da Cana-de-Açúcar com a obra: Menino de Engenho. Além deste livro, este notável escritor escreveu outros livros, como: Doidinho, Banguê, O Moleque Ricardo e Usina. Este último possui narrativa descritiva do meio de vida nos engenhos e nas plantações de cana-de-açúcar do Nordeste.  
Em sua segunda fase, José Lins do Rego escreveu romances que tinham como tema a vida rural. Deste período, fazem parte as seguintes obras: Pureza, Pedra Bonita, Riacho Doce e Agua Mãe.   
No ano de 1943 publicou o livro Fogo Morto, considerado a sua obra-prima; posteriormente escreveu Euridice, Cangaceiros, alguns ensaios, crônicas e outras obras. 
Este notável escritor foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras e teve suas obras traduzidas para diferentes idiomas, entre eles, o russo. Antes de morrer, escreveu um livro de memórias chamado: Meus Verdes Anos.


Principais obras:

Menino de engenho (1932) 
Doidinho (1933) 
Bangüê (1934) 
O Moleque Ricardo (1935) 
Usina (1936) 
Pureza (1937) 
Pedra bonita (1938) 
Riacho doce (1939) 
Fogo morto (1943) 
Eurídice (1947) 
Cangaceiros (1953) 
Gordos e magros (1942) 
Poesia e vida (1945) 
Homens, seres e coisas (1952) 
A casa e o homem (1954) 
Meus verdes anos (1956) 
O vulcão e a fonte (1958) 
Dias idos e vividos (1981)

Érico Verissimo

Nasceu cm Cruz Alta, Rio Grande do Sul, em 17 de dezembro de 1905. Filho de família abastada que se arruinou economicamente, acabou trabalhando de farmacêutico, e na Livraria do Globo até que em 1931 transferiu-se em definitivo para Porto Alegre, onde se tornou diretor da Revista do Globo. 
O fim de seu anonimato veio com a publicação de Olhai os Lírios do Campo. Seu primeiro conto publicado tinha forte inclinação regionalista e chamava-se Ladrão de Gado. Alcançou o topo de sua carreira de escritor com O Tempo e o Vento, que conta a formação social do Rio Grande do Sul, verdadeiro monumento literário. Projetou-se no país e no exterior e conseguiu o difícil feito de profissionalizar-se como escritor, situação alcançada por muito poucos em língua portuguesa. 
Sentindo-se sufocado pelo Estado Novo, aceitou em 1943 um cargo como professor universitário em Berkley, nos EUA, mesmo não tendo concluído oficialmente o segundo grau. Durante a sua vida viajou muito, sobretudo nos anos 50, quando teve um cargo na União Pan-Americana. 
Infelizmente não chegou a completar o segundo volume de sua autobiografia, Solo de Clarineta, que seria uma trilogia, faleceu em 28 de novembro de 1975, em Porto Alegre.

Principais obras:

Clarissa(1933);
Caminhos cruzados(1935);
Música ao longe(1935); 
Um lugar ao sol(1936);
Olhai os lírios do campo(1938);
Saga(1940); 
O resto é silêncio(1942);
O tempo e o vento:
 I - O continente(1948), II - O retrato(1951), III - O arquipélago(1961);
 O senhor embaixador(1965);
 O prisioneiro(1967);
 Incidente em Antares(1971).

Graciliano Ramos

Graciliano Ramos nasceu em Quebrângulo (AL), em 1892. Um dos 15 filhos de uma família de classe média do sertão nordestino, passou parte da infância em Buíque (PE) e outra em Viçosa (AL). Fez estudos secundários em Maceió, mas não cursou faculdade. Em 1910, sua família se estabelece em Palmeira dos Índios (AL).
Em 1914, após breve estada no Rio de Janeiro,trabalhando como revisor, retorna à cidade natal, depois da morte de três irmãos, vitimados pela peste bubônica. Passa a fazer jornalismo e política em Palmeira dos Índios, chegando a ser prefeito da cidade (1928-30).
Em 1925, começa a escrever seu primeiro romance, Caetés - que viria a ser publicado em 1933. Muda-se para Maceió em 1930, e dirige a Imprensa e Instrução do Estado. Logo viriam "São Bernardo" (1934) e "Angústia" (1936, ano em que foi preso pelo regime Vargas, sob a acusação de subversão).
Memórias do Cárcere (1953) é um contundente relato da experiência na prisão. Após ser solto, em 1937, Graciliano transfere-se para o Rio de Janeiro, onde continua a publicar não só romances, mas contos e livros infantis. Vidas Secas é de 1938.
Em 1945, ingressa no Partido Comunista Brasileiro. Sua viagem para a Rússia e outros países do bloco socialista é relatada em Viagem, publicado em 1953, ano de sua morte.

Principais obras:

São Bernardo  (1934)
Vidas Secas  (1938)
Angústia  (1936)

Principais Autores da Poesia

Vinicius de Moraes 

Marcus Vinicius da Cruz Mello Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro. Atraído pela música desde cedo, Vinícius de Moraes teve seu primeiro poema musical publicado na revista A Ordem, em 1932. Morreu também no Rio de Janeiro, a 9 de julho de 1980. Os primeiros passos de sua carreira estão ainda sob influências neo- simbolistas, contendo certo misticismo. Porém, logo modificou seu estilo para o erotismo, em contraste à suas obras de tom bíblicas anteriores. Nesta segunda fase, Vinícius de Moraes é caracterizado por inovações na ordem formal, a mais notável destas seria o aparecimento dos sonetos. Revela também, nesta segunda fase, uma valorização para o momento, com as coisas acontecendo de repente. Seus poemas trabalharam também com a felicidade e/ou a infelicidade muitas vezes, também. O autor procurou também escrever algumas poesias no ramo social. Fez também importante colaboração para a música nacional, cantando no estilo bossa nova. 

Principais obras:

O Caminho para a Distância 
Forma e Exegese 
Ariana, a Mulher 
Novos Poemas 
Cinco Elegias 
Poemas, Sonetos e baladas 
Pátria Minha 
Livro de Sonetos 
O Mergulhador 
A Arca de Noé 

Jorge de Lima

Jorge Mateus de Lima nasceu em União dos Palmares, AL, 1895 e morreu no Rio de Janeiro em 1953. No país em que p. Antônio Vieira elaborou inúmeros de seus memoráveis ‘Sermões’, já disseram que esse poeta do século XX foi o maior escritor barroco nacional; outro crítico o denominou de o maior poeta brasileiro de todos os tempos; um ficcionista de renome disse ter testemunhado uma confidência segundo a qual o autor do ‘Livro de Sonetos’ganharia, em breve, o Prêmio Nobel, se não tivesse morrido. Jorge de Lima suscita paixões inflamadas em quem quer que se aproxime de sua obra com a atenção necessária. Tendo ficado famoso logo após o Modernismo com poemas que seguiam o programa do movimento, ele logo se distinguiu por criar uma obra de grandeza incomparável. ‘Invenção de Orfeu’, sua obra monumental, é um poema cosmogônico de estrutura sinfônica, no qual, através de um emaranhado de poemas a um só tempo independentes e, de certa forma, interligados, o demiurgo flagra o momento preciso em que o caos originário quer se manifestar em qualquer ordem possível. Se Platão ensinou que poesia é a passagem do não-ser ao ser, de tal forma que o originário continue se manifestando na superfície, Jorge de Lima é o poeta por excelência, o poeta dos poetas, o poeta dos pensadores. 

Principais obras:

XIV Alexandrinos (1914)
O Mundo do Menino Impossível (1925)
Poemas (1927)
Essa Negra Fulô (1928)
Novos Poemas (1929)
O Anjo (1934)
Calunga (1935)
Tempo e Eternidade (1935)
A Túnica Inconsútil (1938)
A Anunciação e Encontro em Mira-Celi (1940)
Livro de Sonetos (1949)
Invenção de Orfeu (1952)
Poesia Completa (1998)

Murilo Mendes

   Murilo Monteiro Mendes nasceu em 1901, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Iniciou os estudos em sua terra natal e depois no Colégio Salesiano, em Niterói. Depois de formado exerceu diversas atividades profissionais, como dentista, telegrafista, auxiliar de guarda-livros, notário e Inspetor Federal de Ensino. 
Quando rapaz, por não conseguir se encaixar na escola ou no trabalho, foi morar com seu irmão mais velho no Rio de Janeiro. Onde acabou firmando-se como escrivão. 
Sob a influência de Belmiro Braga, mestre e vizinho iniciou nas letras e passou a participar, eventualmente, de publicações modernistas como, “Terra Roxa e Outras Terras” e “Antropofagia onde, aos 24 anos publicou o poema Mapa. 
Em 1930, publicou “Poemas”, seu primeiro livro, sempre negando ser filiado de algum movimento específico, nem mesmo do Modernismo, até que em 1934 converteu-se ao Catolicismo e, com Jorge de Lima, dedicou-se à poesia religiosa, mística, num movimento de "restauração da poesia em Cristo". 
De 1953 a 1955 percorreu diversos países da Europa, divulgando, em conferências, a cultura brasileira. Em 1957, se estabeleceu em Roma, onde lecionou Literatura Brasileira. Faleceu, em Portugal, em 1975.

Principais obras:

Poemas (1930)
História do Brasil (1932)
Tempo e Eternidade. Colaboração de Jorge de Lima (1935)
O Sinal de Deus (1936)
A Poesia em Pânico (1936)
O Visionário (1941)
As Metamorfoses (1944)
O Discípulo de Emaús (1945; 1946)
Mundo Enigma (1945)
Poesia Liberdade (1947)
Janela do Caos (1949)
Contemplação de Ouro Preto (1954)
Poesias (1925-1955).
Tempo Espanhol (1959)
A Idade do Serrote (memórias) (1968)
Convergência (1970)
Poliedro (1972)
Retratos-relâmpago (1973


Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, contista e cronista brasileiro.
Nasceu em Minas Gerais, em Itabira. Depois, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo. Em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que juntava os primeiros modernistas mineiros. Pela insistência da família, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto, em 1925 profissão pela qual demonstrou pouco interesse.
Com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista" que foi importante para divulgar o modernismo em Minas e no Brasil 

Começou a escrever cedo como, poesia, livros infantis, contos e crônicas, mas durante a maior parte da vida foi funcionário público, no Rio de Janeiro, onde foi morar.
Várias obras de Drummond foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas.
Em agosto de 1987 morreu a sua única filha, a cronista Julieta. Doze dias depois, o poeta faleceu. Tinha publicado vários livros de poesia e obras em prosa - principalmente crônica. Em vida, já era consagrado como o maior poeta brasileiro de todos os tempos.
O nome de Drummond está associado ao que se fez de melhor na poesia brasileira, pela grandiosidade e pela qualidade .

Principais obras:

Alguma Poesia (1930)
Brejo das Almas (1934)
Sentimento do Mundo (1940)
José (1942)
A Rosa do Povo (1945)
Claro Enigma (1951)
Fazendeiro do ar (1954)
Quadrilha (1954)
Viola de Bolso (1955)
Lição de Coisas (1964)
Boitempo (1968)
A falta que ama (1968)
Nudez (1968)
As Impurezas do Branco (1973)
Menino Antigo (Boitempo II) (1973)
A Visita (1977)
Discurso de Primavera (1977)
Algumas Sombras (1977)
O marginal clorindo gato (1978)
Esquecer para Lembrar (Boitempo III) (1979)
A Paixão Medida (1980)
Caso do Vestido (1983)
Corpo (1984)
Amar se aprende amando (1985)
Poesia Errante (1988)
O Amor Natural (1992)
Farewell (1996)
Os ombros suportam o mundo
Futebol a arte (1970) 

Telha de Vidro

Quando a moça da cidade chegou
veio morar na fazenda,
na casa velha...
Tão velha!
Quem fez aquela casa foi o bisavô...
Deram-lhe para dormir a camarinha,
uma alcova sem luzes, tão escura!
mergulhada na tristura
de sua treva e de sua única portinha...
A moça não disse nada,
mas mandou buscar na cidade
uma telha de vidro...
Queria que ficasse iluminada
sua camarinha sem claridade...
Agora,
o quarto onde ela mora
é o quarto mais alegre da fazenda,
tão claro que, ao meio dia, aparece uma
renda de arabesco de sol nos ladrilhos
vermelhos,
que — coitados — tão velhos
só hoje é que conhecem a luz doa dia...
A luz branca e fria
também se mete às vezes pelo clarão
da telha milagrosa...
Ou alguma estrela audaciosa
careteia
no espelho onde a moça se penteia.
Que linda camarinha! Era tão feia!
— Você me disse um dia
que sua vida era toda escuridão
cinzenta,
fria,
sem um luar, sem um clarão...
Por que você na experimenta?
A moça foi tão vem sucedida...
Ponha uma telha de vidro em sua vida!




Bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prosa
http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/1357485
https://www.todamateria.com.br/prosa/
www.colegioweb.com.br/modernismo-segunda-fase/rachel-de-queiroz.html
http://2geracaomodernista.blogspot.com.br/


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