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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

ÍNDIOS BRASILEIROS



ÍNDIOS BRASILEIROS

Os índios brasileiros são um povo que há milhares de anos já habitavam o Brasil. Cheios de crenças, mitos, um passado e presente cercado de perseguições, sobreviveram e agora compõem uma população diferente daquele que Cabral havia avistado em 1500.
Um povo de muitos nomes, falantes de 180 línguas, tem uma origem imprecisa. Alguns falam que são originários do próprio continente, outros já dizem que vieram da Ásia ou da Oceania, enfim são várias as hipóteses que cercam a história dos povos da América do Sul.
Com a conquista dos europeus sobre o território, o primeiro contato entre índios brasileiros foi marcado inicialmente por curiosidade e depois por medo. A colonização acabou deixando traços incorrigíveis na vida desses povos e nesta época o desejo dos indígenas de querer suas terras já era destacado.
Possuindo modos de cultura que vão entre semelhanças e diferenças, o índio brasileiro possui rituais, mitos, religião, práticas esportivas, criatividade, casamento. Além disso, expressam sua arte, educação e línguas, tipos de alimentação variados, uma medicina rica usada na cura de várias doenças e outros males e a sua forma de expressar seus sentimentos e emoções.
Navegando pelas páginas do site acompanhamos toda a trajetória da história dos índios até os dias atuais, onde as questões indígenas se perpetuam buscando sempre o melhoramento do Estatuto do Índio, em prol dos direitos dos povos.


Índios: Origem do Nome

   Na época da colonização, os povos encontrados foram nomeados de “índios”, pois os europeus acreditaram que tinham chegado às Índias. Essa denominação dá uma ideia generalizada dos habitantes que vivem e já viveram, pois, ela faz com que o verdadeiro nome dos povos seja muitas vezes esquecido. Embora o termo seja geral, é uma marca que passou a unir povos que hoje lutam por interesses comuns diante da sociedade global.
O nome “índio” surgiu da primeira impressão que Cristóvão Colombo teve ao chegar às “Índias” (ele havia se convencido de que tinha chegado à Índia). Mesmo sabendo que não estavam na Ásia, mas num continente desconhecido, eles continuaram chamando os povos nativos de índios por simplesmente ser mais fácil e por que o objetivo deles era dominar a cultura, a economia, a religião e a política.
Usado até hoje, o nome, antes da década de 1970, era considerado uma ofensa por estarem relacionados aos povos indígenas. Para alguns brasileiros, ela é pejorativa por que resulta do processo exploratório da colonização, e ainda, os índios representam indivíduos selvagens, que não gostam de trabalhar, incapazes, sem cultura, etc. Já para outros ela é apenas um símbolo de homem pacífico e puro que conquista pelo romantismo de suas lendas, seu modo de viver e sua preocupação com a floresta.
Conhecidos também como: indígena, nativo americano, ameríndio, povos aborígines, índios americanos, povos indígenas da América ou nativos do Alasca, primeiras nações e silvícolas (um termo errado que classifica o indígena como alguém que vive ou nasce nas selvas), algumas expressões resultam da América do Norte e outros países. Muitas dessas denominações são resultados da distinção feita entre tribos, estados e grupos étnicos (onde alguns grupos possuem estatuto político, ou seja, unidades políticas ou países independentes).
      A hipótese mais aceita, chamada de teoria asiática, é a de que os povos ameríndios vieram para a América da Ásia, entre 14 mil e 12 mil anos. O sub continente chamado Beringia, no estreito de Bhering (extremo nordeste da Ásia), foi a passagem que esses povos utilizaram para chegar na América.
A origem dos povos indígenas da América do Sul é derivado de povos caçadores que vieram para cá da América do Norte pelo Panamá, há milhares de anos. Com o desenvolvimento dessas populações até hoje, os modos de uso e manejo dos recursos naturais e as formas de organização das sociedades foram se diferenciando.
Arqueólogos ainda não chegaram a um consenso sobre a antiguidade da ocupação humana na América do Sul, estima-se que a chegada data mais de 11 mil anos. Novas evidências foram encontradas no Piauí e na Bahia, mostrando que a ocupação seria mais antiga, assim há uma tendência de os pesquisadores reverem essas datas.

A sociedade indígena na época da chegada dos portugueses

O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral ) e também aos documentos deixados pelos padres jesuítas.

Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio).

Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato pela primeira vez com uma galinha.

As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.

Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações (oca). A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.


A organização social dos índios

Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.

Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios. 

A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.

Os contatos entre indígenas e portugueses

Como dissemos, os primeiros contatos foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Caminha relata a troca de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas, começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho. 

O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos indígenas. Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no pequeno número de índios que temos hoje.

A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era considerada pelos europeus como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazer os índios seguirem a cultura europeia. Foi assim que, aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade.

Canibalismo

Algumas tribos eram canibais como, por exemplo, os tupinambás que habitavam o litoral da região sudeste do Brasil. A antropofagia era praticada, pois acreditavam que ao comerem carne humana do inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos. Desta forma, não se alimentavam da carne de pessoas fracas ou covardes. A prática do canibalismo era feira em rituais simbólicos.
Religião Indígena

Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.

Principais etnias indígenas brasileiras na atualidade e população estimada 

- Ticuna (35.000), Guarani (30.000), Caiagangue (25.000), Macuxi (20.000), Terena (16.000), Guajajara (14.000), Xavante (12.000), Ianomâmi (12.000), Pataxó (9.700), Potiguara (7.700). 
Fonte: Funai (Fundação Nacional do Índio).
- De acordo com dados do Censo 2010 (IBGE), o Brasil possuía, em 2010, 896.917 indígenas. Este número correspondia a 0,47% da população do Brasil.

Você sabia?

- O filho de índio com negro é chamado cafuzo. Já o filho de índio com branco é chamado de mameluco.


Fontes:
http://indios-brasileiros.info/
http://www.suapesquisa.com/indios/




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