ESCOLA DE
REFERÊNCIA EM ENSINO MÉDIO DR. MOTA SILVEIRA
DISCIPLINA :
MATEMÁTICA
Grupo de Estudo
MALBA TAHAN- GEMAT
A CIÊNCIA E O MÉTODO CIENTÍFICO E A CIÊNCIA MODERNA
A CIÊNCIA
O que é ciência? De forma geral, pura e simplesmente
“saber”. Mas em um sentido mais específico, ciência da forma que um cientista
faz dentro de um laboratório pode ser definida como:
Forma ou conjunto de procedimentos utilizados para adquirir
conhecimentos baseada em observações e experimentos passíveis de serem
repetidos e que acabam por originar teorias. A ciência também busca desvendar
as leis que descrevem o funcionamento do mundo material.
Um conceito associado é o de tecnologia, que consiste
na utilização dos conhecimentos científicos para a obtenção de resultados
práticos.
O conjunto de procedimentos utilizados pelos cientistas
pode ser resumido ou exemplificado pelo método científico clássico,
que consiste das seguintes etapas:
11- Problema:
a primeira coisa que se faz é perceber um “problema”. Basicamente é aquilo que
se quer resolver ou saber mais sobre.
22- Pergunta:
então o problema é formulado em forma de pergunta, para que a partir daí se
possa tentar obter uma resposta.
33- Formulação
de uma hipótese. Hipótese é uma tentativa de explicar um fenômeno.
44- Teste
da hipótese: consiste na observação e/ou elaboração de um experimento para
testá-la.
55- Conclusões
sobre a validade da hipótese: onde se pode rejeitar ou aceitar a hipótese,
dependendo dos resultados dos testes. Se a hipótese for rejeitada, é necessário
formular uma nova, a partir dos dados obtidos, caso a hipótese seja confirmada
ou aceita, ela pode vir a fazer parte de uma teoria.
Teoria: conjunto de conhecimentos que procura explicar
fenômenos abrangentes da natureza.
Vejamos um exemplo clássico:
Alguém observa ou sabe que algumas goiabas apresentam
larvas. Essa mesma pessoa também observa ou sabe que é comum haver moscas
pousando nas goiabas em determinados períodos. Daí surge um problema, que pode
ser formulado como pergunta: de onde vêm as larvas das goiabas?
O segundo passo é formular uma hipótese. Neste caso, a
pessoa suspeita que as larvas sejam provenientes de ovos de moscas depositados
nos frutos.
Em seguida, deve-se testar a hipótese. O indivíduo propôs
fazer o seguinte: cobrir algumas goiabas com sacos plásticos antes do período
em que as moscas começam a sobrevoar e pousar nos frutos.
Como você provavelmente já sabe, ao final do experimento,
os frutos cobertos não apresentarão larvas (indicando que são provenientes dos
ovos das moscas). Ao passo que os frutos descobertos, onde as moscas puderam
pousar, apresentarão larvas, justamente devido ao fato de que as moscas puderam
depositar seus ovos neles. A conclusão que se tira é a de que a hipótese foi
confirmada e é verdadeira.
Alguns detalhes importantes a serem destacados:
11- Note
que a pessoa não cobriu todos os frutos. Em um experimento sempre é importante
ter um grupo experimental que irá sofrer uma intervenção (neste caso,
as goiabas cobertas) e um segundo grupo, chamado de grupo controle, que
não sofrerá a intervenção (goiabas descobertas), mas ao final do experimento
será comparado ao grupo experimental, para que se possamos ter uma boa noção
dos efeitos da intervenção. Se acontecesse de as goiabas descobertas também não
apresentarem larvas, a hipótese poderia ter de ser descartada ou reformulada.
22- Caso a
pessoa tivesse proposto a hipótese de que as larvas são provenientes das
próprias goiabas, e não das moscas, os resultados do experimento iriam
descartar essa hipótese, que por sua vez teria então de ser descartada ou
reformulada.
33- Os
conhecimentos obtidos com esse conhecimento científico poderiam ser utilizados
no desenvolvimento de tecnologias de preservação dos frutos, por exemplo.
MÉTODO CIENTÍFICO
O método
científico pode ser definido como a maneira ou o conjunto de regras
básicas empregadas em uma investigação científica com o intuito de obter
resultados o mais confiáveis quanto for possível. Entretanto, o método
científico é algo mais subjetivo, ou implícito, do modo de pensar científico do
que um manual com regras explícitas sobre como o cientista, ou outro, deve
agir.
Geralmente o método científico engloba algumas etapas como:
a observação, a formulação de uma hipótese, a experimentação, a interpretação
dos resultados e, por fim, a conclusão. Porém alguém que se proponha a
investigar algo através do método científico não precisa, necessariamente,
cumprir todas as etapas e não existe um tempo pré-determinado para que se faça
cada uma delas. Charles Darwin, por exemplo, passou cerca de 20 anos
apenas analisando os dados que colhera em suas pesquisas e seu trabalho se
constitui basicamente de investigação, sem passar pela experimentação, o que,
contudo, não torna sua teoria menos importante. Algumas áreas da ciência, como
a física quântica, por exemplo, baseiam-se quase sempre em teorias que se apoiam
apenas na conclusão lógica a partir de outras teorias e alguns poucos
experimentos, simplesmente pela impossibilidade tecnológica de se realizar a
comprovação empírica de algumas hipóteses.
O método científico como conhecemos hoje foi o resultado
direto da obra de inúmeros pensadores que culminaram no “Discurso do Método” de
René Descartes, onde ele coloca alguns importantes conceitos que permeiam toda
a trajetória da ciência até hoje. De uma forma um pouco simplista, mas apenas
para dar uma visão melhor do que se trata o método proposto por Descartes, que
acabou sendo chamado de “Determinismo Mecanicista”, “Reducionismo”, ou “Modelo
Cartesiano”, ele baseia-se principalmente na concepção mecânica da natureza e
do homem, ou seja, na concepção de que tudo e todos podem ser divididos em
partes cada vez menores que podem ser analisadas e estudadas separadamente e
que (para usar a frase clássica) “para compreender o todo, basta compreender as
partes”.
Talvez, o exemplo mais fácil de se verificar o método
proposto por Descartes, seja através da medicina: baseada no modelo cartesiano
a medicina se dividiu em especialidades cada qual procurando entender os
mecanismos de funcionamento de um órgão ou parte específica do corpo humano. As
doenças passaram a ser encaradas como algum distúrbio em determinada parte que
constitui o homem, e o homem em si, como um todo, deixa de ser considerado na
investigação da medicina segundo modelo cartesiano.
Que o método de Descartes funcionou, não restam
dúvidas a ciência evoluiu como nunca com a aplicação deste método. Porém a
ciência que tinha como objetivo primeiro, proporcionar o bem estar ao homem
através da compreensão e modificação da natureza a seu favor, como propôs
Francis Bacon seguido por Descartes, perdeu seu sentido. Com a aplicação do
modelo reducionista em todas as áreas do conhecimento as interações entre as
partes e o todo e entre este e outros deixou de ser considerada causando sérios
distúrbios sociais, ambientais e ameaçando até a existência do próprio homem em
contradição com seu princípio fundamental.
A CIÊNCIA E A EVOLUÇÃO DO MÉTODO CIENTÍFICO
A história do método científico considera as mudanças na
metodologia da investigação científica que ocorrem ao longo de toda história da
ciência. Desta forma, ao olhar para a dinâmica histórica não identificamos
apenas um raciocínio científico, mas uma série de métodos adotados para
construir conhecimento científico.
O desenvolvimento das regras que fazem parte do critério
científico de construção de conhecimento não foi raciocínio direto. O método
científico é debatido de forma relativamente frequente, especialmente sobre
critérios de delimitação entre o que é, o que não é ciência, e o que é
pseudociência. Ao longo da história da ciência muitos filósofos naturais e
cientistas defenderam abordagens distintas sobre qual seria a melhor forma de
se obter conhecimento.
A criação do método científico é atribuída a
René Descartes, mas tem suas raízes um pouco mais profundas em dois pensadores
de nomes semelhantes: Roger e Francis Bacon. Roger Bacon (1220-1292) foi o
primeiro a defender a experimentação como fonte de conhecimento. Francis Bacon
(1561-1626) foi, porém, quem terminaria por fixar a base do que Descartes
transformaria no moderno método científico. A nova abordagem de Francis Bacon
foi fortemente influenciada por descobertas de cientistas como Copérnico e
Galileu Galilei que o levaram a propor uma nova abordagem da investigação
científica através do pensamento indutivo em contraposição ao pensamento
dedutivo que desde Aristóteles predominava sobre as ciências. Francis Bacon é
considerado um dos fundadores da ciência moderna sendo responsável por
desenvolver o método empírico de pesquisa cientifica, onde a razão fica
subordinada a experimentação. Bacon propõem o raciocínio indutivo ou indução,
que vai do particular para o geral e onde o objetivo dos argumentos é levar
a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais
se basearam (LAKATOS, E. M. e MARCONI, M. de A. Metodologia
científica. São Paulo: Atlas, 1991).
Isaac Newton (1643-1727) foi o grande sintetizador das
obras de Copérnico, Kepler, Bacon, Galileu e Descartes, desenvolvendo uma
formulação matemática da concepção mecanicista da natureza. A partir dele
estava plenamente estabelecido o paradigma mecanicista ou
newtoniano-cartesiano. Com relação ao método científico, Newton, agrega o
método empírico-indutivo e o racionalista-analítico-dedutivo, e vai
além. Antes de Newton, duas tendências opostas orientavam a ciência: 1) o
método empírico, indutivo, representado por Bacon; e, 2) o método racional,
dedutivo, representado por Descartes. Ultrapassando Bacon em sua experimentação
sistemática e Descartes em sua análise matemática, Newton unificou as duas tendências.
Assim, estava montado o modelo de ciência que vigora até o presente momento,
que foi um dos grandes responsáveis pelos avanços e retrocessos, pelos
benefícios e malefícios que a sociedade moderna atual vive até o presente
momento. Foi Newton quem deu vida ao sonho de Descartes completando a Revolução
Científica.
Como a ciência é um campo em constante mudança, o método
científico de Descartes passa a ser questionado no início do século XX, após as
descobertas de Einstein sobre a relatividade e de Niels Bohr sobre a física
quântica que colocam em xeque um dos preceitos fundamentais do modelo
mecanicista de Descartes. Até o início do século XX predominava na ciência o
método científico baseado no modelo mecanicista proposto por René
Descartes em seu Discurso do Método (2005). Entretanto as teorias da
relatividade de Albert Einstein (1879-1955) e a mecânica quântica de Niels
Bohr (1885- 1962) puseram em xeque alguns dos pilares do modelo cartesiano. As
descobertas de Einstein e Bohr provaram a impossibilidade de determinar até
mesmo a realidade dos resultados de uma observação, derrubando o preceito de
que “para conhecer o todo, basta conhecer as partes” ao demonstrar que muitos
fenômenos não possuem explicação se não encarados dentro de uma situação ou sistema
e, sobretudo, derrubaram o preceito de que o objeto é separado e independente
do observador, mostrando que o que conhecemos daquilo que acreditamos ser o
objeto real é apenas o resultado de nossa intervenção nele e não o objeto em
si.
CIÊNCIA MODERNA Por Me. Cláudio Fernandes
A Ciência
Moderna, isto é, a ciência que conseguiu articular o método de observação e
experimentação com o uso de instrumentos técnicos (sobretudo o telescópio e o
microscópio), começou a se desenvolver, propriamente, na Europa do século XVI.
O nascimento dessa ciência nova é tido por muitos historiadores como uma revolução, haja
vista que no mundo antigo e no mundo medieval as investigações sobre fenômenos
naturais (terrestres e celestes), organismos vivos, dentre outras coisas, não
se valiam do uso da técnica e não concebiam o universo como algo composto de
uma mesma matéria uniforme, suscetível à corrosão e à finitude.
O universo, melhor dizendo, o mundo, para os
antigos e medievais, era um sistema fechado, com estrutura muito bem definida e
harmônica, grosso modo: um cosmos. Havia, segundo a terminologia
aristotélica, o mundo sublunar (abaixo das esferas celestes e da Lua), isto é,
terreno e finito – cheio de imperfeições, e o mundo supralunar, cujos corpos
celestes não poderiam ter as mesmas imperfeições que os terrenos. Tal concepção
foi absorvida pelos doutores da Igreja Católica em uma complexa e muito fértil
combinação da doutrina da criação e investigação da natureza. Soma-se a essa
combinação a perspectiva cosmológica desenvolvida por Ptolomeu, que
concebia a Terra como sendo o centro desse cosmos harmônico.
Com o chamado Renascimento Cultural, que se deu em
várias regiões da Europa entre os séculos XIV e XVI, houve um intenso
intercâmbio de conhecimento a respeito de antigos tratados sobre astronomia e
física, bem como o aperfeiçoamento de instrumentos de navegação, como a luneta
– que mais tarde constituiria a base para a criação do telescópio, por Galileu
Galilei. No norte da Europa, na região das atuais Polônia, Alemanha e Holanda e
no sul, sobretudo na Itália – regiões que foram palco do desenvolvimento
comercial neste período, o Renascimento deitou raízes em vários campos, principalmente
o artístico e o científico.
O astrônomo polonês Nicolau Copérnico foi o
primeiro a elaborar uma hipótese sobre o cosmos que se diferiu
radicalmente daquela de Ptolomeu, que vigorava até então. Essa hipótese era a
do Heliocentrismo, cujo postulado compreendia que os planetas,
incluindo a Terra, giravam em torno da órbita do Sol. Partindo disso, o Sol
poderia ser considerado o centro do Universo. A hipótese de Copérnico seria
confirma por outro astrônomo, o italiano Galileu Galilei.
Galileu foi o responsável pela criação do telescópio,
instrumento decisivo para observação dos corpos celestes. Por meio do
telescópio, Galileu pode perceber imperfeições na Lua e em outros planetas,
fato que acabou por contestar a antiga concepção de um cosmos fechado.
O historiador da ciência Alexandre Koyré compreende que a “destruição deste
cosmos fechado”, operada por Galileu, Joahannes Kepler, Tycho Brahe,
dentre outros cientistas, inaugura uma nova cosmologia, ou uma nova forma de se
conceber o mundo físico, que, a partir do século XVII, passaria a ser a
do universo infinito.
A concepção de um universo infinito pressupunha uma
linguagem nova. A matemática seria essa nova linguagem. O mundo, segundo
Galileu, poderia ser “lido”, interpretado, através de caracteres geométricos. A
matemática e a lógica indutiva, mesclada com as concepções filosóficas do
século XVII, notadamente o racionalismo de René Descartes e o
empirismo dos filósofos ingleses, alinhavaram o sistema científico moderno,
cujo desenvolvimento se deu progressivamente até o advento da Teoria da
Relatividade de Einstein e da Mecânica Quântica, de Heisenberg e Bohn, na
primeira metade do século XX.
PESQUISA E ORGANIZAÇÃO DA POSTAGEM- Professores
Lourdes Duarte
Elza Interaminese e
Eduardo Xavier
Fontes bibliográficas
https://crentinho.wordpress.com/2009/02/10/a-ciencia-e-o-metodo-cientifico/
fevereiro 10, 2009 às 6:01 pm | Publicado em Blogroll, Uncategorized | Comentários
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nossa como9 suas coisas sao boas
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