ISES E
Osíris
Osíris
O MITO DE ISES E OSÍRES
Geb, o deus da Terra, e Nut, a deusa
do Firmamento, tiveram muitos filhos. Mas Ísis foi a primeira e mais
importante. Desde jovem, era amiga dos escravos, pescadores, artesãos e oprimidos,
mas também ouvia as preces dos opulentos, das donzelas, aristocratas e
governantes. Era muito querida de todos os homens.
Quando tinha a idade de quinze anos,
seus pais falaram a ela que estava hora de se casar e que escolhesse um dos
pretendentes. Dois deles passaram a lutar por Ísis e, o pior, os dois eram
irmãos dela. O primeiro era Seth, o deus da violência e desordem, da
traição, ciúme e inveja, do deserto, da guerra, dos animais peçonhentos,
serpentes e escorpiões. Tinha a cabeça de um chacal e diziam que rasgara o
ventre da mãe Nut quando quis nascer e pretendia destronar o próprio pai. O
segundo era Osíris, cordato e bom juiz, personificava a terra do Egito e sua
vegetação.
Ísis preferiu a Osíris devido às suas
qualidades e dele engravidou, sem nunca ter se deitado com ele, ou seja, era
ainda virgem.
Enfurecido, Seth mata Osíris,
esquarteja-o em milhares de pedaços e os espalha pelo rio Nilo. O rio, que
deságua no mar Mediterrâneo, ajudou a espalhar os restos de Osíris pelos
recantos da terra. Ísis chorou demais a morte do marido e dizem que de suas
lágrimas se originaram as cheias do rio que corta o Egito.
Ísis pariu um menino, que foi chamado
de Hórus. Ele tinha o corpo de um humano, mas sua cabeça era de falcão, tinha
também visão excelente e uma esperteza incomparável. O garoto cresceu forte,
mas ressentido com Seth pela crueldade com que matara seu pai. Quando atingiu a
idade de quinze anos, enfrentou-o e o derrotou, tornando-se o deus dos vivos.
Assim que pode, passou a perambular
por toda a terra, juntando os pedaços do corpo de seu pai. Quando julgou ter
reunido todos os pedaços, trouxe-os para junto da mãe, que os colou e lhe
soprou nas narinas para que ele revivesse. Osíris voltou à vida, mas foi reinar
no subsolo, onde os mortos eram julgados por ele e encaminhados para o suplício
ou para uma terra paradisíaca, onde escorria leite e mel.
E foi assim que Ísis, além de irmã e
esposa também se torna a mãe de Osíris, por ter lhe devolvido a vida. E Hórus,
além de filho se torna pai de seu próprio pai.
Parece muito estranha essa história,
mas dentro da cosmogonia egípcia, a mulher deveria ser e parecer irmã e amiga,
esposa e confidente, e agir como mãe do seu marido, para que ele se sentisse
respeitado em todos os sentidos e respeitasse sua mulher como deveria respeitar
sua própria mãe. E o filho que, na velhice do pai, deveria cuidar e zelar por
ele como se fosse seu próprio filho. Dessa forma, a sociedade se espelhava nos
acontecimentos celestes e se organizava de acordo. Ainda parece irreal, mas
esta sociedade perdurou por quatro milênios.
O culto a Ísis não se restringiu
apenas ao Egito, mas se estendeu pelo Mediterrâneo e Atlântico, até a investida
fatal do cristianismo, no século VI. Em Roma, ainda há templos e
obeliscos. Na Grécia, havia culto em Delos, Delfos, Elêusis e
Atenas. Portos de Ísis eram encontrados no mar Arábico e no mar
Negro. Inscrições mostram que possuía seguidores na Gália, Espanha,
Panônia (parte da Hungria e Áustria), Alemanha, Arábia Saudita, Ásia
Menor, Portugal, Irlanda e há até santuários seus
na Grã-Bretanha.
Assim que o cristianismo ganhou
popularidade, difundindo-se pela Europa, os cristãos transformaram os templos
de Ísis em igrejas e a imagem da deusa, sentada e segurando um menino, foi
substituída pela de Maria, segurando o menino Jesus. Este, assim como Hórus,
também teria nascido de uma virgem. E qualquer semelhança talvez não seja mera
coincidência.
Ísis (em egípcio: Auset) foi uma deusa da mitologia egípcia, cuja adoração se estendeu por todas as partes do mundo greco-romano. Foi cultuada como modelo da mãe e da esposa ideais, protetora da natureza e da magia. Era a amiga dos escravos, pescadores, artesãos, oprimidos, assim como a que escutava as preces dos opulentos, das donzelas, aristocratas e governantes. Ísis é a deusa da maternidade e da fertilidade.
Os primeiros registros escritos acerca de sua adoração surgem pouco depois de 2500 a.C., durante a V dinastia egípcia. A deusa Ísis, mãe de Horus, foi a primeira filha de Geb, o deus da Terra, e de Nut, a deusa do Firmamento, e nasceu no quarto dia intercalar. Durante algum tempo Ísis e Hator ostentaram a mesma cobertura para a cabeça. Em mitos posteriores sobre Ísis, ela teve um irmão, Osíris, que veio a tornar-se seu marido, tendo se afirmado que ela havia concebido Horus. Ísis contribuiu para a ressurreição de Osiris quando ele foi assassinado por Seth. As suas habilidades mágicas devolveram a vida a Osíris após ela ter reunido as diferentes partes do corpo dele que tinham sido despedaçadas e espalhadas sobre a Terra por Seth. Este mito veio a tornar-se muito importante nas crenças religiosas egípcias.
Ísis também foi conhecida como a deusa da simplicidade, protetora dos mortos e deusa das crianças de quem "todos os começos" surgiram, e foi a Senhora dos eventos mágicos e da natureza. Em mitos posteriores, os antigos egípcios acreditaram que as cheias anuais do rio Nilo ocorriam por causa das suas lágrimas de tristeza pela morte de seu marido, Osíris. Esse evento, da morte de Osíris e seu renascimento, foi revivido anualmente em rituais. Consequentemente, a adoração a Ísis estendeu-se a todas as partes do mundo greco-romano, perdurando até à supressão do paganismo na Era Cristã.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dsis
Organização da postagem: Profª Lourdes Duarte
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