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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

O QUE É UM SONETO? E ALGUNS SONETOS DE Florbela Espanca



O QUE É UM SONETO?

Soneto é um poema composto de catorze versos, divididos em dois quartetos (duas estrofes com quatro versos) e dois tercetos (duas estrofes com três versos).
O soneto possui versos metrificados e rimados e, classicamente, esses versos são decassílabos (com dez sílabas métricas) ou alexandrinos (com doze sílabas métricas).
Foi provavelmente criado pelo poeta e humanista italiano Francesco Petrarca (1304-1374).
A palavra soneto (do italiano “sonetto”) significa pequeno som ao referir-se à sonoridade produzida pelos versos.

Tipos de Soneto

O soneto petrarquiano ou regular é o mais experimentado. No entanto, Willian Shakespeare (1564-1616) criou o soneto inglês, composto de 3 quartetos (estrofes de quatro versos) e 1 dístico (estrofe de dois versos).
Há também o soneto monostrófico, o qual apresenta uma única estrofe composta pelos catorze versos. E o soneto estrambótico, aquele que conta com versos ou estrofes adicionais.

Estrutura do Soneto

Os sonetos são geralmente produções literárias de conteúdo lírico formados, nessa ordem, por dois quartetos e dois tercetos.
No interior da estrutura do soneto, faz se necessário observar alguns conceitos básicos:
estrofe
verso
métrica
rima

Estrofe e Verso

Importante ressaltar que o verso corresponde a frase ou palavra que compõem cada linha de uma poesia. Enquanto a estrofe é o conjunto de versos de uma das seções do poema.
Assim, de acordo com o número de versos que compõem uma estrofe, elas são classificadas em:

1 verso: Monóstico
2 versos: Dístico
3 versos: Terceto
4 versos: Quarteto ou Quadra
5 versos: Quintilha
6 versos: Sextilha
7 versos: Septilha
8 versos: Oitava
9 versos: Nona
10 versos: Décima

Mais de dez versos: estrofe irregular
Saiba mais sobre o tema com a leitura dos artigos:

Fonte: https://www.todamateria.com.br/soneto/



Florbela Espanca

Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa em 1894 e morreu em 1930, com apenas 36 anos em Matosinhos, sendo vitima de suicidio. Foi uma poeta famosa que produziu .
Livro de Mágoas, Saudade
entre outros.



Transcrição de Análise do poema "Amar" de Florbela Espanca.

Análise do poema "Amar" de Florbela Espanca.
Constituição estrófica do poema, rima e métrica
O poema neste trabalho analisado é composto por 4 estrofes: duas quadras e dois tercetos, ou seja, um
soneto.

Esquema rimático:1ª estrofe-
abab
,2ª estrofe-
abba
, 3ª e 4ª estrofes-
ccd eed
.
A rima é rica nas 2 primeiras estrofes e pobre nos versos "d" mas rica nos outros.
Os versos deste poema são todos decassílabos, têm 10 sílabas métricas cada um.
Tema
O tema deste texto é o
amor
e
o que é amar

. "Eu quero amar, amar perdidamente!"

    Divisão do poema em partes e sentimentos evidenciados pelo eu lírico
Na primeira estrofe, o sujeito poético mostra o quanto quer amar e que não tem nenhuma pessoa que ama mais. Na segunda o eu poético recorda que teve várias paixões na vida e afirma que não se pode ter apenas uma. Na terceira e quarta estrofes o eu lírico diz que as pessoas têm de aproveitar a vida pois foi para isso que Deus nos deu a vida e um dia há-de acabar. Espera também que no dia da sua morte ele consiga livrar se do seu velho corpo para ter uma nova vida.
    Ao longo do poema o eu poético sente amor e esperança no futuro
Recursos expressivos e seu valor.
     O poema contém repetição na primeira estrofe,versos 1 e 4, que significa que o sujeito poético quer amar muito e contém interrogação retórica na segunda estrofe, versos 5 e 6, que significa que o sujeito poético pensa se amar é bom ou mau, se deve recordar as paixões ou não.[[

Título do poema

O título do poema é "Amar" porque o sujeito poético fala do
que é amar
, da sua
experiência com o amor
e de que se
o deve aproveitar

.

Alguns sonetos de Florbela Espanca


AMAR

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…
Amar! Amar! E não amar ninguém!


Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!


Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!


E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...




Se Tu Viesses Ver-me...

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...


Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...


Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri


E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...


Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"



Fanatismo

Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

(Livro de Soror Saudade, 1923)
Florbela Espanca



Pesquisa e organização da postagem: Profªs Lourdes Duarte  e
Elza Interaminense


19 comentários:

  1. Gracias por la clase.
    SONETO DE FIDELIDAD
    En todo, le seré a mi amor atento
    Antes, y con tal celo, y siempre, y tanto
    Que incluso en frente del mayor encanto
    De él se encante más mi pensamiento.

    Quiero vivirlo en cada momento
    Y en su loor he de esparcir mi canto
    Y reír mi risa y derramar mi llanto
    Ya para su pesar o su contento.

    Y así, cuando más tarde me procure
    Quizás la muerte, angustia del que vive
    Quizás la soledad, fin de quien ama

    Pueda decir del amor (que tuve):
    Que no sea inmortal, puesto que es llama,
    Mas que sea infinito mientras dure.
    Vinicius de Moraes
    Un abrazo

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    Respostas
    1. Obrigada amigo pela visita e sua contribuição deixando esse lindo soneto. Abraços

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  2. Bom dia. Adorei todas as "explicações" à cerca dos poemas/sonetos, etc...Obrigada pelos poemas lindos que nos fez recordar. Adorei

    Bjos
    Boa Terça-Feira.
    Hoje o tema é meu lá no "Brincando"

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  3. Gostei muito de saber mais sobre sonetos, todo conhecimento é válido e quando envolve poesia, é ainda mais encantador!
    Tenha uma ótima terça feira.

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  4. nossa , como é complicado um soneto.
    a gente lê e não imagina que existe uma disciplina para ele.
    achei curioso o soneto de Florbela, que se tornou famoso pela música de Fagner.
    Pensei que o autor era ele.
    muito legal conhecer.
    :o)

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    Respostas
    1. olá querida Eliane, que bom saber que gostou. Seja sempre bem vinda! Bjus

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  5. Excelente post,amiga Elza.

    Uma aula!

    Parabéns.

    E Florbela é tudo de bom para relermos suas pérolas!

    Um feriado de bênçãos para você

    Obrigada pela visita e volte sempre.

    Beijos sabor carinho

    Donetzka

    Blog Magia de Donetzka

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    Respostas
    1. Obrigada amiga Donetzka , que bom saber que gostou, seja sempre bem vinda. Abraços

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  6. Formidável essa partilha! Amo e sou fã de Florbela Espanca, tenho livro dela e não me canso de relê-los.
    Beijos no coração!

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  7. Os poemas de Florbela são sempre intensos, cheios, transbordantes!

    Foi lindo ler!

    Abraço carinhoso

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  8. Olá, Elza!

    Estás bem e feliz? Por aqui, tudo rolando.

    Não posso acrescentar nada àquilo que tu escreveste, pke a pesquisa e organização foram feitas por ti e pela Lourdes, portanto, nota 11 para ambas.

    Toda essa matéria não pode ser dada numa só aula, pke o aluno não consegue reter tanta informação, mas se tirarmos uma semana para esse assunto, creio que a matéria ficará consolidada.

    Gostei de reler sonetos da nossa Florbela, sobretudo "Se tu viesses ver-me" e "Fanatismo". Morreu tuberculosa ou se suicidou, mto jovem, qdo tinha ainda tanto pra escrever, para dar à cultura.

    Grata por tua vista e comentário.

    Beijos e bom feriadão.


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  9. Olá querida!
    A arte de escrever anda esquecida...as redes sociais tornam a escrita algo muito distante da arte: abreviadas, mal traçadas, as palavras se tornam apenas um fantasma do que poderiam ser...e têm tanto a ser! Florbela e muitos outros poetas são os médiuns da imaginação e da beleza.
    Um feliz domingo, e ótima semana!
    Bíndi e Ghost

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  10. Oh, eu, o Ghost e Ba índi não tivemos resposta. Se esqueceu ou falta de tempo?

    Beijos.

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  11. Muito bom o trabalho de vocês, Elza e Lourdes que é de muita utilidade com pesquisa de quem gosta de poesia e quer aprender e ousar sempre, como deve ser. Os sonetos usados estão bem escolhidos e o ultimo é meu preferido.
    Obrigado a vocês pela partilha.
    Abraços

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